Agropecuária | 06/12/2010 | 19h43min
Secretaria Estadual da Agricultura libera o abate do javali no Rio Grande do Sul
Após três meses de proibição pelo Ibama, caçadores podem voltar a conter a proliferação do animal
Fonte: http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/plantao/10,3132927,A-Secretaria-Estadual-da-Agricultura-libera-o-abate-do-javali-no-Rio-Grande-do-Sul.html
Produtores rurais e caçadores podem abater os chamados javalis-europeus que estiverem no território gaúcho. A autorização foi anunciada pelo Estado na portaria 183/2010, assinada na quinta-feira.
Após cerca de três meses de proibição desse tipo de caça pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Piratini decidiu regulamentar o controle ambiental da ocorrência de javali-europeu (Sus scrofa) e seus híbridos.
A proliferação desse animal e sua ação destrutiva sobre as lavouras e a fauna de cidades como Vacaria, São Francisco de Paula, Ipê e Antônio Prado, têm preocupado agricultores, pecuaristas e poderes públicos da Serra gaúcha.
Diante da mobilização dos produtores rurais, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPPA) expediu a autorização de captura e abate mas somente por meios físicos, ou seja, com auxílio de armas de fogo (tiro) ou brancas (facas).
Os produtores rurais devem informar às inspetorias veterinárias e zootécnicas (IVZs) da SEAPPA sobre a incidência do javali em suas terras. A estimativa do Estado é de que existam mais de 200 mil bichos dessa espécie em solo gaúcho.
— O javali é uma praga. É nocivo do ponto de vista econômico, por destruir lavouras, e também para a natureza. A intenção de nossa medida é frear a população de javalis e, se possível, reduzi-la em 30%. A decisão do Estado de lançar a portaria é baseada em uma série de análises jurídicas que sustentam nossa competência. Não acredito que o Ibama irá se opor — explica o titular da SEAPPA, Gilmar Tietböhl Rodrigues.
O presidente da Associação Gaúcha de Controle do Javali Asselvajado (Agaja), Cassiano Bocchese, diz que não é só o Rio Grande do Sul que sofre com a procriação crescente desse bicho considerado de fauna exótica invasora.
— O perigo é ele chegar à Amazônia. A nova portaria, além de simplificar o trabalho do produtor, vem pacificar o campo e dar mais segurança aos agricultores, que não precisam mais temer autuações — avalia Bocchese.
NOVA MEDIDA
O quê: abate de javali-europeu está permitido no Rio Grande do Sul, desde a semana passada
Quem autorizou: a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPPA), por meio da portaria nº 183/2010, expedida em 2 de dezembro/2010
Quem pode abater: caçadores e produtores rurais, dentro se suas propriedades e mediante informação sobre a ocorrência dessa espécie às inspetorias veterinárias e zootécnicas (IVZs) da SEAPPA. O abate continua proibido em unidades de conservação públicas, salvo quando autorizado pelo órgão responsável
Como deve ocorrer o abate: unicamente por meios físicos (com auxílio de armas), sem limite de quantidade. Não é permitido o uso de veneno
Proliferação: o javali que vem se proliferando no Rio Grande do Sul tem, em média, três gestações num intervalo de 14 meses. A cada parto, nascem, pelo menos, seis filhotes. Eles costumam fuçar na terra e comer a vegetação, além de também atacar rebanhos de cordeiros pequenos e se alimentar de outros tipos de animais.
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