Monday, April 25, 2011

Áreas em Plantio Direto e ILP emitem menos CO2 que o Cerrado Nativo



Ministério da Agricultura desenvolve programas para uso sustentável da terra

videos :: Por Editor em 24/04/2011 :: imprimir pdf enviar celular

O Dia Nacional da Conservação do Solo foi comemorado em 15 de abril. O Ministério da Agricultura desenvolve diversos programas e atividades voltados para promover a manutenção e o uso sustentável da terra. Um deles é o Programa Agricultura de Baixo Carbono, o ABC, que estimula práticas como o plantio direto na palha e a recuperação de áreas degradadas de modo a melhorar a produtividade do solo e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 18/04/11 - TV NBR - 4:02

Wednesday, April 20, 2011

Hidrovia Paraguai-Paraná

Fonte: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=20/04/2011&id=24123&secao=Colunas+Assinadas

A Hidrovia do Rio Paraguai é uma dádiva de Deus, pois já está pronta, navegável à partir de Cáceres, corta o Pantanal mato-grossense e desce no sentido da Bacia do Prata, são 3 443 km até Buenos Aires na Argentina. Palco de vários embates entre portugueses e espanhóis, foi a via de acesso de Cuiabá a São Paulo e ao Sul do país.

Em 1995 um procurador do Ministério Público entendeu que o rio deveria ser preservado a qualquer custo e ingressou com uma ação na justiça federal exigindo que fosse realizado o EIA (Estudo de Impacto Ambiental) e o RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente da Hidrovia Paraguai/Paraná) de Cáceres até a Foz do Rio APA, na divisa com o Paraguai, pois já na região sul o Rio Paraguai encontra o Rio Paraná, dando então o nome à hidrovia. O Procurador não contesta a existência do uso da hidrovia para transporte de cargas e passageiros mas sim “ a concretização de um maléfico sistema de escoamento da produção(soja, manganês, minérios de ferro, cimento, etc.) do qual indiscutivelmente o Porto De Morrinhos abaixo referido faz parte, e que, via de conseqüência, acarretará o retrocesso social e histórico do país, com graves e irreversíveis danos ambientais.” O juiz Federal Sebastião Julier da Silva julgou procedente a ação e proibiu qualquer obra de dragagem(sem a qual dificilmente pode-se navegar em épocas de águas baixas). Isto levou à uma demanda que se arrasta até hoje na justiça federal trazendo grandes danos à economia de Mato Grosso.

O rio Paraguai e o Paraná só tem a ganhar com o seu uso como hidrovia, com os equipamentos hoje existentes e comboios apropriados nenhum impacto causarão e o uso constante fará com que o seus leitos fiquem com processo de açoreamento reduzido e em alguns pontos inexistentes. Trarão às comunidades ribeirinhas opção de contato com os centros maiores e com mais recursos de assistência, tirando-os do isolamento em que hoje vivem.

Calcula-se que a área de influência desta hidrovia para Mato Grosso e em se considerando a implantação da Estação de Transbordo de Cargas - ETC de Santo Antonio das Lendas (antigo Morrinhos), representará 3 milhões de toneladas de grãos que poderão descer o rio em direção a Rosário(ARG) ou Nueva Palmira(Uruguai). Poderão subir trigo e fertilizantes que abastecerão Mato Grosso, Rondônia e Acre.

A ativação desta Hidrovia partindo de Mato Grosso é uma ação de respeito ao povo do estado de Mato Grosso e resgata parte da competitividade perdida ao longo de mais de uma década. Necessário se faz que o poder público deixe de discutir egos feridos, mas que busque dar urgentemente solução para os impasses existentes e libere para que sejam efetuados estudos pontuais como o EIA RIMA dos portos e estações de transbordos, bem como dos trabalhos de dragagem e derrocamentos que necessitam ser realizados para que esta hidrovia possa ser utilizada durante todo o ano.

A Marinha vem desenvolvendo um grande trabalho de elaboração de cartas náuticas bem como a sinalização da hidrovia, o que trará segurança à sua navegação. Os armadores que hoje operam os rios bem como as empresas instaladas ao logo de suas margens estão aguardando ações do poder público para ampliar suas bases, trazendo emprego e renda para população ribeirinha.
A ativação desta hidrovia cujas obras constam no PAC 2 (Programa de aceleração do Crescimento fase 2), do governo Federal, trará ganhos aos estados contemplados e à nação, reduzindo custos com fretes.

A implantação do ETC de Santo Antonio das Lendas é fundamental para operação do trecho Cáceres/Corumbá, para isto está em fase de projeto a rodovia BR 174 do km zero à BR 070 com extensão de 75 km, evitando navegar com comboios o trecho Cáceres/Santo Antonio das Lendas de 115 km pelo rio, ficando este trecho para navegação de pequenas embarcações de cargas e barcos de turismo.
Até a próxima.

Tuesday, April 19, 2011

Código Florestal: Dois Pesos e duas medidas

Segue abaixo artigo de um colega que eu respeito muito e que vem difundindo a agricultura conservacionista por todo o Brasil

Fonte: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=18/04/2011&id=24095&secao=Colunas+Assinadas
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Eng. Agr. Rafael Salerno
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Em princípio todos são a favor da preservação das florestas, da proteção e da conservação dos recursos naturais, em especial, solo, água, ar e biodiversidade, pois sabe-se da importância desses elementos para a vida do ser humano, geração presente e futura e para o equilíbrio do nosso planeta.

Há milhares de anos o homem aprendeu a produzir alimentos, deixou de ser nômade e passou a viver em grupos, dando origem às cidades e constituindo a sociedade. Para suprir as necessidades da sociedade por alimentos, energia, bens e serviços, a produção teve e continua tendo que ser ampliada, aumentado a demanda sobre os recursos naturais.

Toda ação humana sobre um ambiente causa impactos que podem ser positivos ou negativos do ponto de vista da sustentabilidade, considerando-se os aspectos econômicos, sociais e ambientais. A ocupação das áreas com vegetação natural para a criação de animais e para a produção de alimentos, fibras e energia ocorreu muitas vezes de forma desorganizada e foi baseada nos conhecimentos da época.

Para garantir a preservação de parte da vegetação natural no campo foi criada a Reserva Legal (RL) e para possibilitar a proteção dos recursos naturais foram instituídas as Áreas de Proteção Permanente (APP). Nas aglomerações urbanas, com o surgimento das metrópoles, a ocupação do solo ocorreu de forma completamente desorganizada e inconseqüente e sequer os mecanismos de preservação (RL) e de proteção (APP) foram observados.

Algumas atividades desenvolvidas no campo ocorreram antes do estabelecimento dessas normas de preservação e de proteção e se consolidaram como, por exemplo, o cultivo da uva, na região da Serra Gaúcha, o cultivo da maçã, na região dos Vales de Santa Catarina e o cultivo do café conilon, na região serrana do Espírito Santo. Até o presente momento não se tem nenhuma informação que estas atividades tenham causado algum impacto negativo significativo no meio ambiente. Elas geram produções que abastecem a nossa população, produzem divisas com os excedentes exportados e movimentam a economia através da geração de milhares de empregos e renda.

No caso das cidades a ocupação desordenada dos morros e dos vales dos rios, com a retirada da vegetação para a construção das favelas, a impermeabilização da superfície, com a pavimentação de ruas, calçadas e quintais tem provocado constantes tragédias como a ocorrida no Rio de Janeiro, no início deste ano.

No campo, os produtores rurais tem que reservar 20%, 35% ou até mesmo 80% da capacidade produtiva das suas propriedades como RL, respectivamente nos biomas Cerrado, transição Cerrado para Amazônia e Amazônia, em prol da sociedade.

Nas cidades desconheço qualquer empresário que reserve 1%, da capacidade de produção da sua indústria e conseqüentemente de poluir, em prol dessa mesma sociedade. E o que o cidadão urbano tem feito em prol do meio ambiente? Será que ele tem recomposto a mata ciliar dos rios, revegetado as encostas e os topos de morros, recolhido as embalagens vazias de refrigerantes para reciclagem ou caminhado 20%, 35% ou até 80% do seu trajeto para o trabalho ou laser, em prol do meio ambiente?

Então temos dois pesos e duas medidas. Não parece justo que a sociedade seja tão severa com os produtores rurais. Se ela deseja que áreas sejam reservadas e protegidas deve se dispor a pagar por isso.

Thursday, April 14, 2011

Banco Mundial alerta: alta nos alimentos pode levar milhões à pobreza extrema

Lembrando que existe uma inter-relação entre preço de terras e alimentos, aumento de restrições ambientais por meio do código florestal podem afetar a oferta de terra agricultável e pressionar ainda mais o preço dos alimentos.


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Eng. Agr. Rafael Salerno
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Banco Mundial alerta: alta nos alimentos pode levar milhões à pobreza extrema

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Banco Mundial alerta: alta nos alimentos pode levar milhões à pobreza extrema: Robert Zoellick, ex-Secretário de Estado do Comércio dos EUA e agora presidente do Banco Mundial
Créditos: Arquivo
Dados apresentados ontem (14/04/11) pelo Banco Mundial apontam que novos aumentos nos preços globais dos alimentos podem colocar milhões de pessoas em situação de pobreza extrema. De acordo com o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, os preços dos alimentos já estão 36% mais altos que há um ano e um novo aumento de 10% colocaria mais 10 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema (renda menor que US$ 1,25 por dia). Quando a projeção é de alta de 30% nos preços dos alimentos, o número de pessoas afetadas passaria a 34 milhões.



Desde junho do ano passado, 44 milhões de pessoas ingressaram na categoria de pobreza extrema, levando o número de indivíduos que se encontram nessa situação em todo o planeta para 1,2 bilhão.

"Mais pessoas podem se tornar pobres por causa dos preços altos e voláteis dos alimentos", alertou Zoellick, em Washington, onde ocorre a partir de hoje (15/04/11) a reunião de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Zoellick, os preços altos e voláteis dos alimentos são hoje "a maior ameaça aos pobres ao redor do mundo".

Segundo o órgão, as crises recentes em países árabes e muçulmanos do Norte da África e do Oriente Médio contribuíram para a alta nos preços internacionais dos combustíveis e acabaram tendo impacto também no aumento dos preços globais dos alimentos e na estabilidade das nações mais afetadas.

"Os preços dos alimentos não foram a causa das crises no Oriente Médio e no Norte da África, mas são um fator agravante", disse Zoellick, ao afirmar que a inflação dos preços dos alimentos chega a dois dígitos em países como o Egito e a Síria, palcos de revoltas populares recentes.

Entre os produtos que contribuíram para a alta dos preços estão milho (aumento de 74% em um ano), trigo (69%), soja (36%) e açúcar (21%). Os preços do arroz, porém, permaneceram estáveis, segundo um relatório do Banco Mundial.

Outros fatores que influenciaram a alta recente dos alimentos são problemas climáticos em países exportadores, restrições a exportações em alguns mercados e baixos estoques globais.

O Banco Mundial cita ainda entre os fatores que influenciaram a alta dos preços o aumento do uso de grãos para a produção de biocombustíveis.

Entre as medidas sugeridas para combater o problema está priorizar o uso de grãos para a alimentação, em detrimento de biocombustíveis, quando os preços dos alimentos excederem certos limites.

Segundo os estudos do banco, os países mais pobres são mais afetados pela inflação dos alimentos do que as nações de maior renda.

Outras medidas que poderiam reduzir esse impacto, diz o Banco Mundial, são direcionar mais programas nutricionais e de assistência social para os mais pobres, remover restrições à exportação de grãos e melhorar a capacidade dos países de lidar com a volatilidade, por meio de instrumentos de mercado financeiro, melhores ferramentas de previsão do tempo e mais investimentos em agricultura.

FONTE: http://www.agrosoft.org.br/agropag/217706.htm

Agência Brasil

Com informações da BBC Brasil

Links referenciados

Fundo Monetário Internacional
www.imf.org

Agência Brasil
www.agenciabrasil.gov.br

Banco Mundial
www.worldbank.org

BBC Brasil
www.bbc.co.uk/portuguese

Saturday, April 09, 2011

Artigo: O carvão vegetal no Brasil e a produção de aço verde

08/04/2011 14:31:57

Artigo: O carvão vegetal no Brasil e a produção de aço verde

O Brasil deverá desenvolver consistentemente a capacidade técnica e gerencial para melhorar e ampliar a oferta de aço verde, produto de alta qualidade e com grandes vantagens na conservação da biodiversidade nativa e na mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

As emissões de GEE são geralmente relacionadas ao desmatamento e à queima de combustíveis fósseis nos motores veiculares, nos fornos industriais e nas termelétricas para a geração de energia elétrica. Além dessas importantes emissões a produção de aço, a matéria prima para a construção dos motores e das máquinas, é realizada essencialmente a partir de coque de carvão mineral, que também é um combustível fóssil.

O carvão mineral é o combustível mais poluente que a humanidade usa em termos de emissões de gases de efeito estufa, superando o petróleo e o gás natural, os outros dois tipos de combustíveis fósseis. Na indústria siderúrgica o carvão mineral é usado na forma de coque, a fonte de carbono para reagir com o minério de ferro (redutor) e produzir a liga metálica que denominamos de aço. A siderurgia é uma indústria de base imprescindível no desenvolvimento da sociedade. Alternativamente ao coque de carvão mineral na produção de aço, pode ser usado o carvão vegetal. O carvão vegetal pode ser considerado um coque renovável.

A matriz energética brasileira é reconhecidamente a mais limpa do mundo. Nela, quase a metade do consumo de energia primária é de fonte renovável: exatamente 47,6%, segundo o Balanço Energético Nacional de 2010 (BEN 2010, https://ben.epe.gov.br). Nesse total, hidráulica e eletricidade correspondem a 15,3%, 10,1% a lenha e carvão vegetal e 18,1% a produtos da cana-de-açúcar. Os 3,8% restantes provêem de outras fontes como eólica e solar.

Ao analisar as séries históricas do Balanço Energético Nacional (https://ben.epe.gov.br), verifica-se claramente que antes da Segunda Guerra Mundial, em 1940, o Brasil era um país essencialmente a movido a lenha. Mais de 80% do consumo da energia primária no país naquela época era atendido com lenha. Grande parte ou mesmo a totalidade da lenha usada era de origem nativa. De lá até os dias atuais, a taxa de crescimento da lenha e do carvão vegetal foi muito mais baixa do que a taxa de crescimento dos produtos da cana-de-açúcar. Os produtos da cana tiveram o mesmo vigor de crescimento do petróleo e da energia hidráulica. A lenha e carvão vegetal não. O crescimento gradativo da cana mostra o efeito claro da agregação tecnológica, evoluindo do engenho para as destilarias atuais. A lenha continua com seus tradicionais fornos produzindo o carvão vegetal, que, em 2010 teve a produção de 10 milhões de toneladas.

A oferta global de energia no Brasil cresceu quase 10 vezes em 70 anos, de 1940 a 2010. A oferta de lenha e carvão vegetal mais que dobrou, cresceu 1,2 vezes; porém a oferta de produtos da cana cresceu quase 78 vezes. A oferta de petróleo, gás e derivados cresceu 60 vezes. A oferta de hidráulica e eletricidade cresceu 106 vezes. Isso na prática significa que a lenha e o carvão vegetal tiveram uma brutal retração relativa ao longo desses anos. Entretanto, ao contrário da situação de 1940, a lenha utilizada para a produção do carvão vegetal é obtida tanto de vegetação nativa, quanto de florestas plantadas, principalmente, de eucalipto.

O produto final do carvão vegetal obtido de lenha de florestas plantadas é o “aço verde”, um produto brasileiro com características únicas no mundo, capaz de ajudar na mitigação das emissões de gases de efeito estufa de forma vantajosa. A siderurgia a carvão vegetal no Brasil está basicamente concentrada no estado de Minas Gerais, com a metade do setor e na região de Carajás, que engloba Pará e Maranhão. Mato Grosso do Sul é uma nova fronteira e poderá vir a ser um campo apropriado para a inovação no setor, mas não o único.

O aço verde poderá ser uma bandeira com viés ambiental e sustentável que o Brasil levará aos fóruns mundiais. Isso é viável, pois a cadeia produtiva do carvão vegetal está ligada as demandas ambientais, sociais e econômicas. Assim, temos necessariamente que introduzir novos processos, novas tecnologias e novas aplicações para a lenha e o carvão vegetal no Brasil.

O caminho deverá ser com Políticas Públicas adequadas e parceria do tipo público-privado. Temos, obrigatoriamente, que aumentar a sustentabilidade e a renovabilidade na produção de lenha e carvão vegetal com controle na origem da matéria-prima e o seu aproveitamento integral como, por exemplo, realizando a recuperação do alcatrão e do bio-óleo. Devemos, por ser o país mais interessado no sucesso da cadeia produtiva do carvão vegetal, diminuir o consumo de matéria-prima proveniente da floresta nativa na produção de lenha e carvão vegetal com leis que sejam efetivas e inibam crimes ambientais.

Finalmente, podemos também viabilizar o uso de matérias-primas não florestais. Nesse campo, os resíduos agro-industriais e processos de carbonização e pirólise para produzir carvão usando essas matérias-primas serão inovadores. Podemos citar os briquetes siderúrgicos e carvão vegetal em pó derivados de resíduos agroindustriais e florestais como desenvolvimentos importantes a realizar.

Considerando-se que neste ano de 2011 celebra-se o Ano Internacional das Florestas e também o Ano Internacional da Química podemos juntar esses dois grandes temas e celebrar a Química Verde e incentivar a produção do Aço Verde.

José Dilcio Rocha

Pesquisador - Embrapa Agroenergia

Jose.rocha@embrapa.br

Saturday, April 02, 2011

A guerra contra o canguru

A guerra contra o canguru

Matança promovida pela Austrália não contém
a superpopulação do animal-símbolo do país

VEJA Edição 1890 . 2 de fevereiro de 2005

José Eduardo Barella

Quantos cangurus a Austrália suporta? Os australianos estão enlouquecidos com 60 milhões deles pulando de um lado para o outro. São três para cada habitante. Vinte anos atrás, eram apenas 15 milhões. O número aumentou porque os predadores naturais começaram a desaparecer e porque, graças à ação humana, eles encontram suprimentos praticamente ilimitados de água e comida. Herbívoros, os cangurus devoram as lavouras e invadem os pastos para beber a água armazenada pelos criadores de ovelha. Não há cerca alta o suficiente para impedir a passagem de um animal que dá saltos de 2 metros de altura. Na capital, Camberra, vizinha de uma reserva florestal, eles passeiam por praças arborizadas e até pelos jardins do Parlamento. De hábitos noturnos, os cangurus aparecem ao cair da tarde. Os golfistas que jogam nesse horário já estão habituados a dividir o gramado com dezenas de marsupiais. Exceto por alguns pequenos grupos de radicais, que defendem a preservação total, até os ambientalistas concordam que é preciso impor limites. A dúvida é como fazer isso sem transformar a matança num espetáculo de crueldade contra os animais.

Para controlar a superpopulação e diminuir os prejuízos nas fazendas, o governo australiano permite que, a cada ano, sejam caçados entre 10% e 14% do total dos cangurus. O problema número 1: a caçada é cercada de tantas restrições que a cota jamais é atingida. No ano passado, dos 6 milhões autorizados, só foram abatidos 4,4 milhões. Problema número 2: mesmo que a cota fosse alcançada, estima-se que seria insuficiente para evitar sua proliferação. Cada caçador, devidamente licenciado, pode matar um número limitado de exemplares. Só se admite o uso de espingardas e a presa deve ser abatida com um tiro na cabeça. É proibido atirar de um veículo em movimento – o que facilitaria muito a caça dos cangurus vermelhos, que chegam a correr à velocidade de 50 quilômetros por hora, com saltos de 8,5 metros de distância. Se uma fêmea for atingida, sua bolsa deve ser examinada, pois pode abrigar um filhote. A cria deve ser morta com uma pancada na cabeça. Pode não parecer, mas essa é a maneira menos cruel de matar canguru.

A exploração comercial da caça é proibida em quatro estados australianos. Nesses lugares, a lei estabelece que os cangurus sejam etiquetados e enterrados na fazenda onde foram abatidos. O resultado é que poucos, caçadores ou fazendeiros, se interessam pela caçada. Em outras regiões, a exportação da carne e do couro de cangurus rende 112 milhões de dólares por ano, um negócio relativamente modesto se comparado aos 3 bilhões de dólares da exportação anual de carne bovina. A pele de canguru é vendida para fábricas de calçados, bolsas e bolas de futebol. Com apenas 2% de gordura e livre de hormônios, sua carne é considerada mais saudável do que a de gado ou de ovelha. Mas a maioria dos australianos reluta em comer o animal, que é o símbolo do país e que, quando está em pé nas patas traseiras, guarda desconcertante semelhança com o ser humano.

Pouco mais de 200 anos atrás, quando começou a colonização européia da Austrália, havia 53 espécies de canguru. Seis foram extintas e outras onze estão ameaçadas. Hoje, três tipos somam 90% da população: os maiores e mais comuns são os cangurus vermelhos, que chegam a pesar 90 quilos e, apoiados nas patas traseiras, medem até 2 metros de altura. Os outros dois tipos, menores, são o cinza oriental e o cinza ocidental. A superpopulação desse animal é atribuída a vários fatores, todos provocados pelo homem. O principal foi a diminuição de seus predadores naturais, como os lagartos gigantes e os cachorros selvagens, conhecidos como dingos. Essas espécies estão em extinção por causa da destruição da vegetação nativa australiana. O paradoxo é que a criação de gado favoreceu os cangurus. Antes, eles precisavam se deslocar no mínimo 10 quilômetros por dia para encontrar água. Só os mais fortes resistiam à seleção natural num território que é 70% desértico. Com a infra-estrutura montada nas fazendas de corte, os cangurus passaram a ter fartura de água em um raio de 3 quilômetros. "Quando há secas prolongadas, a população de cangurus cai muito", disse a VEJA o ambientalista australiano Bob Beale. "Se a caça se mantiver nos patamares atuais, só o clima será capaz de reduzir o número de cangurus nos próximos anos."

Agricultura+Meio Ambiente: Recuperação de áreas degradadas de Cerrado

Encontro no Oeste baiano discute aspectos técnicos sobre recuperação de áreas degradadas de Cerrado
Evento teve por objetivo promover intercâmbio de experiências, potencializar parcerias e ampliar as boas práticas que vêm sendo adotadas na região e em outros Estados do bioma e da Amazônia
Araticum Assessoria de Comunicação
01/04/2011
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Terminou no dia 30 de março, a 1ª Oficina de Ecologia da Restauração de Áreas Degradadas do Oeste da Bahia, que reuniu cerca de 50 profissionais no campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Barreiras (BA), para debater práticas de restauração florestal que vêm sendo adotadas na região, além de iniciativas de sucesso já desenvolvidas em outros Estados nos biomas do Cerrado e da Amazônia.

O evento, que aconteceu nos dias 29 e 30 de março, contou com a presença de profissionais do Instituto Florestal de São Paulo e do Instituto Socioambiental (ISA), entre outros. Ontem, no primeiro dia, foram apresentadas iniciativas de sucesso já desenvolvidas em outros Estados, como nas cidades de Canarana e Querência (MT), para recuperação de áreas consideradas prioritárias, como margens de nascentes e rios, veredas e encostas de serras e morros, classificadas pelo Código Florestal como Áreas de Preservação Permanente (APP).

A gerente do programa Cerrado-Pantanal da Conservação Internacional (CI-Brasil), Gina Cardinot, avalia que o evento foi uma oportunidade para a troca de conhecimento e experiências importantes geradas no oeste baiano. “Existem muitos projetos de restauração florestal que podem ser potencializados com o intercâmbio entre as várias organizações que atuam na região, e esse encontro técnico pode contribuir para a ampliação dessas práticas e a criação de novas parcerias”.

Também foram apresentados no primeiro dia do evento o Programa Produzir e Conservar, uma parceria entre a CI-Brasil e a Monsanto que promove a adequação de propriedades rurais à legislação ambiental, e o projeto de educação ambiental e viveiro de mudas do Parque Fioravanti Galvani, na cidade de Luis Eduardo Magalhães (BA). Este último tem capacidade para produzir até 60 mil mudas de plantas típicas do Cerrado brasileiro, distribuídas para propriedades rurais da região. “A interação entre os profissionais dos diversos institutos, da academia, da CI e da Monsanto fortalecem a compreensão do nosso projeto e a implementação do nosso compromisso global, que é desenvolver tecnologias que possam produzir mais, conservando recursos naturais e melhorando a qualidade de vida de quem produz e consome o que vem da terra”, afirma Gabriela Burian, gerente de Sustentabilidade da Monsanto.

O dia terminou com a discussão dos projetos do Centro de Recuperação de Áreas Degradadas da UFBA, das iniciativas da prefeitura de Luis Eduardo Magalhães (BA) e da Associação dos Irrigantes e Agricultores da Bahia (Aiba), e com a apresentação do projeto do ISA na Bacia do Xingu, que envolve plantio mecanizado de mudas e já foi implantado em 2,4 mil hectares de nascentes e beiras de rios, em mais de 215 propriedades, no Mato Grosso. Segundo Rodrigo Junqueira, do ISA, “o principal ponto para um projeto de recuperação de áreas degradadas ter sucesso é a mobilização de diversos perfis de produtores, pequenos, médios e grandes, e inseridos em associações de produtores rurais”.

No último dia 30, aconteceu um dia de campo, com visitas a duas fazendas. Na primeira, foi feito o replantio de 15 hectares degradados com 5 mil mudas nativas do Cerrado. Na outra fazenda houve um processo de regeneração natural de 150 hectares. A visita foi conduzida pela pesquisadora do Instituto Florestal de São Paulo, Giselda Durigan, considerada uma referência na pesquisa de restauração florestal no Brasil.

O evento foi promovido pela Conservação Internacional e o Instituto de Ciências Ambientais e Desenvolvimento Sustentável da Universidade Federal da Bahia (ICADS/UFBA), com o apoio da Monsanto.

Sobre a Conservação Internacional:

A Conservação Internacional é uma organização privada, sem fins lucrativos, fundada em 1987 com o objetivo de promover o bem-estar humano fortalecendo a sociedade no cuidado responsável e sustentável para com a natureza – nossa biodiversidade global -, amparada em uma base sólida de ciência, parcerias e experiências de campo. Como uma organização não governamental (ONG) global, a CI atua em mais de 40 países, distribuídos por quatro continentes. Em 1988, iniciou seus primeiros projetos no Brasil e, em 1990, se estabeleceu como uma ONG nacional. Está abrindo nova sede no Rio de Janeiro e possui escritórios em Belo Horizonte-MG, Brasília-DF e Belém-PA, além de unidades avançadas em Campo Grande-MS e Caravelas-BA. Para mais informações sobre a CI, visite www.conservacao.org e www.conservation.org

Sobre o ICADS/UFBA:

O Instituto foi criado pela UFBA no dia 10 de novembro de 2005 incentivada pelas demandas de crescimento da região oeste da Bahia, formada por 39 municípios, o que demanda a profissionalização de profissionais. Atualmente o ICADS/UFBA oferece os cursos de administração, ciências biológicas, engenharia sanitária e ambiental, geografia, geologia e química. Recentemente foram implantados os cursos de engenharia civil, física, história e matemática, e os bacharelados interdisciplinares em ciência e tecnologia e em Humanidades. Está em tramitação o projeto de criação da Universidade Federal do Oeste (UFOB), por desmembramento do ICADS/UFBA. Mais informações em www.icads.ufba.br

Sobre a Monsanto:

A Monsanto é uma empresa dedicada à agricultura. Pioneira no desenvolvimento de produtos com tecnologia de ponta na área agrícola – herbicidas, sementes convencionais e geneticamente modificadas –, a Monsanto busca soluções sustentáveis que proporcionem aos agricultores produzir mais, conservar mais e melhorar vidas. Para isso, investe anualmente mais de US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, e compartilha seu conhecimento com produtores para ampliar o seu acesso a modernas tecnologias agrícolas, especialmente em países pobres e em desenvolvimento.

A Monsanto está presente no Brasil desde 1963. Em 2010, destinou R$ 6 milhões à sustentabilidade com diversos projetos socioambientais em todo o País, realizados em 90 cidades, de 12 estados brasileiros. Mais de 200 mil pessoas foram beneficiadas. Além da distribuição gratuita de 60 mil livros, também foram realizadas 200 palestras sobre conscientização ambiental e plantadas 2,2 mil árvores, com a participação de 30 mil crianças de todas as regiões do país.

A Monsanto faturou R$ 2,048 bilhões no Brasil em 2010, produzindo e comercializando a linha de herbicidas Roundup, sementes de soja convencional (Monsoy) e geneticamente modificada (Roundup Ready®), sementes convencionais e geneticamente modificadas de milho (Agroeste, Sementes Agroceres e Dekalb