Thursday, August 06, 2015

'Habemus papam ecologistum'



'Habemus papam ecologistum'

Evaristo E. De Miranda
25 Julho 2015 | 03h 00
A encíclica Laudato Si, do papa Francisco, emprega 74 vezes a palavra “natureza”, 55 vezes “meio ambiente” e uma só vez a expressão “Jesus Cristo”, aquela que designa a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Já o mestre, não divinizado, chamado apenas de Jesus, aparece 22 vezes, o mesmo número de citações de “tecnologia” e menos de metade da “ciência”, evocada 55 vezes. Contudo, a Academia Pontifícia de Ciências, com mais de uma dezena de Prêmios Nobel, parece não ter contribuído muito e não é evocada. A palavra democracia não existe no texto.
A encíclica é densa. A questão ecológica é abordada não apenas em sua dimensão “natural”, mas no contexto humano, social, político, religioso e cultural. Fato raro, o papa fala na primeira pessoa do singular e deixa de lado o “nós”, característico de pronunciamentos pontifícios. Ele se dirige a crentes e não crentes e evoca a responsabilidade de todos em gerir a Terra: nossa casa comum. E defende um crescimento econômico com temperança e sobriedade, fundado em mudanças de comportamentos.
A encíclica não usa uma única vez as palavras capitalismo e socialismo. Já alguns “ismos” são de uso amplo: consumismo, individualismo, relativismo, antropocentrismo, ceticismo. Sobre um documento que coloca muitos questionamentos, cabem algumas questões.
Ciente da complexidade do tema, o papa reitera: “Há discussões sobre problemas relativos ao meio ambiente, onde é difícil chegar a um consenso. Repito uma vez mais que a Igreja não pretende definir as questões científicas nem substituir-se à política, mas convido a um debate honesto e transparente, para que as necessidades particulares ou as ideologias não lesem o bem comum” (188). Pode-se indagar: os homens e as sociedades podem ser geridos por consenso? Quais ideologias lesam o bem comum? Quem pode identificá-las? Qual a diferença entre necessidades (termo da encíclica) e interesses (termo na mídia) particulares na temática ambiental?
O balanço ecológico do progresso planetário, logo no primeiro capítulo, é negativo, pessimista e pouco equilibrado. Ele fala de poluição generalizada provocando milhares de mortes prematuras. Contudo, mais generalizado ainda foi o aumento da esperança de vida e da educação em todo o planeta, acompanhando o crescimento industrial e a tecnificação da agricultura. Nunca se viveu tanto, nunca se comeu tanto nem se estudou e se votou tanto em todo o planeta.
Problemas de poluição não existiam em sociedades pré-históricas. Se eles são concomitantes ao desenvolvimento, também foram e são resolvidos pelos avanços da ciência e da tecnologia. O desenvolvimento econômico é essencial para generalizar essas soluções e não transferir problemas. A exportação de indústrias poluidoras para países periféricos, estratégia de limpeza ambiental praticada há décadas por nações desenvolvidas, não foi lembrada na encíclica.
“Em muitos lugares do planeta, os idosos recordam com saudade as paisagens de outrora, que agora veem submersas de lixo” (21). Essa afirmação parece um pouco reducionista quando consideradas as condições insalubres nas quais se vivia até o começo do século 20 na Europa e nas quais ainda vive grande parte da população mundial. Não há razão para não investir numa gestão mais eficiente dos resíduos e na redução de sua produção, mas as paisagens de outrora, mesmo na Europa, sem drenagem ou barragens, eram marcadas por enchentes, epidemias, doenças crônicas, períodos de fome, com pessoas subnutridas em hábitats insalubres, sem aquecimento ou energia elétrica.
Sociedades economicamente desenvolvidas têm meios para cuidar de sua biodiversidade, reduzir a poluição, proteger e manter limpos mares e rios. Elas universalizaram o saneamento básico com tecnologias avançadas de gestão de efluentes. Em países ricos, o ciclo de vida das mercadorias é planejado; o lixo é classificado e reciclado; ecossistemas são preservados e desfrutados por uma população com amplas garantias sociais e acesso a intensa vida cultural.
Ao associar o uso de insumos modernos na agricultura apenas a seus possíveis efeitos tóxicos, a encíclica não faz justiça à segurança alimentar conquistada por recordes de produção. Nem aos ganhos de qualidade nutritiva e sanitária e à queda no preço dos alimentos que esses mesmos insumos, frutos de ciência e tecnologia, permitiram obter, beneficiando, sobretudo, os mais pobres. Unilaterais, os oráculos consultados pelo papa não tiveram aqui e alhures o justo equilíbrio. “Para os países pobres, as prioridades devem ser a erradicação da miséria e o desenvolvimento social dos seus habitantes” (172), diz o papa. Como atingir esses objetivos sem crescimento econômico e novas técnicas e tecnologias? Por consenso?
O papa Paulo VI já evocara o tema ambiental, em 1971, na Pacem in terris. S. João Paulo II foi o primeiro a convidar para uma conversão ecológica, apesar de a mídia tratar a ideia como novidade da Laudato Si. Ele o fez em 2002, com o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, numa declaração comum pela salvaguarda da Criação, em Veneza.
Bento XVI tratou de ecologia ao longo de todo o pontificado. Graças a ele, o menor Estado do planeta tornou-se neutro em emissão de carbono e adotou metas ambientais ambiciosas. Não há indústria poluidora em seus 44 hectares (só faltava!). O papamóvel foi transformado em veículo flex. Painéis solares fornecem energia para a sala de audiências ao lado da Basílica de S. Pedro. Bento XVI também plantou uma floresta de 7 mil hectares na Hungria, destinada a compensar as emissões de gases de efeito estufa do Vaticano. Se o papa Francisco pode dirigir injunções ambientais aos outros países, é porque também, de certa forma, o Vaticano fez sua lição de casa.
*Evaristo E. De Miranda é pesquisador da Embrapa, doutor em Ecologia, é diretor do Instituto Ciência e Fé

Friday, May 08, 2015

Audiência pública decide por mais caçadores para conter javalis em SC

Audiência pública decide por mais caçadores para conter javalis em SC

http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2015/05/audiencia-publica-decide-por-mais-cacadores-para-conter-javalis-em-sc.html

No município mais afetado por javalis em SC só possui um caçador habilitado!

Audiência Pública – Frente de trabalho fará estudos para facilitar o abatimento de javalis no estado - Jornal - O Momento

http://www.adjorisc.com.br/jornais/omomento/local/audiencia-publica-frente-de-trabalho-fara-estudos-para-facilitar-o-abatimento-de-javalis-no-estado-1.1559439#.VU122X1v-2c

Javalis abatidos em Iracemápolis, SP

Javalis abatidos em Iracemápolis, SP

Fotos enviadas por Luis Fernando Fonseca

Thursday, May 07, 2015

ICMBIO: Explica porquê os javalis são uma espécie indesejada!

ICMBIO: Explica porquê os javalis são uma espécie indesejada!

http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/20-geral/6795-especies-exoticas-invasoras-ameacam-ecossistemas.html

Wednesday, May 06, 2015

Palestra sobre gatos vadios em Fortaleza, Ceará

Pesquisador Sanjay Veiga explica com clareza a verdade sobre os movimentos protetores dos animais e os impactos causados por cães e gatos em vida livre.

"Palestra Sobre Gatos Vadios em Fortaleza( parte 1)"

https://youtu.be/pm36-VHGt5o

"Palestra Sobre Gatos Vadios em Fortaleza( parte 2)"

https://youtu.be/ZHdzLkpsGww

Sunday, March 29, 2015

Caçar capivaras não pode, torturar até a morte sim...

Metade das capivaras morreu em condições "desumanas", caçar não pode, torturar até a morte sim...

http://sites.uai.com.br/app/noticia/encontrobh/atualidades/2015/03/27/noticia_atualidades,152781/ambientalistas-constatam-que-capivaras-capturadas-em-2014-estao-em-pes.shtml

Tuesday, September 16, 2014

Javali abatido em Rio Claro, SP

Foto com o pesquisador Felipe Pedrosa do Depto de Ecologia da UNESP Rio Claro, Eng. Agr. Rafael Salerno e o caçador Beto

Wednesday, October 31, 2012

Manejo de Fauna e Capivaras: Febre maculosa está em expansão no Estado de São Paulo


Por ser uma doença de dificil diagnóstico com certeza há muitos outros casos não registrados, muitos deles fatais...já passou da hora de enfrentarmos este problema e regulamentar o manejo racional e sustentável desta espécie.

--
Eng. Agr. Rafael Salerno
Coordenador GT Javali
Nova Safra Consultoria e Participações

www.plantadiretobrasil.blogspot.com
skype: panda_br
+55-31-9882-7421

FONTE  http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/estado/2012/10/31/febre-maculosa-esta-em-expansao-no-estado.htm

31/10/201210h42

Febre maculosa está em expansão no Estado de São Paulo
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Agência Estado

A febre maculosa está reemergindo na área rural de São Paulo. Transmitida pela saliva do carrapato, a doença atingiu neste ano 40 pessoas. “Nitidamente, ela está em expansão no Estado”, constata o coordenador de controle de doenças da Secretaria da Saúde, Marcos Boulos.

O estudo Saúde Brasil 2011, do Ministério da Saúde, mostra que São Paulo concentra 70% de todos casos registrados no país entre 2007 e 2011. Em 2010, foram 57 casos no Estado. No ano passado, 73. Nesse período, a letalidade passou de 37% para 53%. “O diagnóstico tem de ser feito rapidamente. Mas muitas vezes o médico demora a suspeitar de febre maculosa”, diz Boulos. Quando a doença evolui para a forma grave, o tratamento fica difícil.

Os surtos registrados no Estado ocorrem na população do campo, geralmente entre aqueles que têm contato com capivaras, cavalos e, mais raramente, cães e gatos portadores de carrapatos infectados. Para Boulos, o aumento do número de casos pode estar relacionado à expansão da população de capivaras. “É preciso discutir como esse fenômeno pode ser revertido. Há uma questão ambiental, mas estamos falando de saúde pública”, completa.

O aumento da letalidade da febre maculosa é registrado em todo o país. Em 2011, a taxa nacional foi de 38%. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirma que a variação não é algo marcante. “Temos de olhar os números com cuidado. Como o universo de pacientes com a doença é pequeno, qualquer alteração provoca uma diferença porcentual significativa”, diz. O secretário atribui o aumento, também, à melhora da investigação das causas de morte.

Mesmo com essas ressalvas, Boulos e Barbosa avaliam ser necessário aumentar a rapidez no diagnóstico. Os primeiros sintomas geralmente aparecem uma semana após a picada do carrapato contaminado. O quadro é parecido com o de outras doenças, o que dificulta a identificação: dor no corpo, febre, falta de apetite. A diferença são manchas avermelhadas em todo corpo, num segundo estágio, seguidas por problemas renais, neurológicos e hemorragias.

“Médicos devem perguntar se o paciente esteve em áreas rurais, em contato com carrapatos ou animais como cavalos e capivaras”, afirma Barbosa. Pessoas que vão para o campo ou têm contato com animais devem relatar o fato para médicos.
Hantavirose

O Saúde Brasil 2011 destaca aumento de letalidade por hantavirose no país. A taxa nacional de 2011 foi a maior registrada desde 2000: 53% dos pacientes morreram. Barbosa afirma que esse aumento é associado aos mesmos fatores: diagnóstico tardio, melhora na identificação das causas de óbito e um universo relativamente pequeno de casos, o que leva a porcentuais elevados de variação.

“Assim como a febre maculosa, os sintomas da hantavirose são parecidos com os de outras infecções, daí a necessidade de o médico estar atento”, afirma Barbosa. “São duas doenças graves, cujo desfecho está intimamente ligado ao diagnóstico precoce.”
Entre 2000 e 2011, foram confirmados 1.440 casos da hantavirose em todo o país. Mato Grosso registrou o maior número de casos: 240, o equivalente a 16,6% do total.
A doença é transmitida por roedores silvestres e provoca uma síndrome pulmonar. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.