Wednesday, July 27, 2011

20/07/2011 - CANADÁ ACABARÁ COM REGISTRO DE ARMAS LONGAS

20/07/2011 - CANADÁ ACABARÁ COM REGISTRO DE ARMAS LONGAS

Veículo: Agência Viva Brasil / Veiculação: On-line
O governo do Canadá pretende, com o apoio da maioria no parlamento, introduzir medidas legislativas no final do ano com o fim de extinguir o registro de armas longas.

A Parlamentar Candice Hoeppner, de Manitoba, disse que o governo irá extinguir o registro assim que forem retomados os trabalhos do Parlamento. “Todos sabem que isto tem sido nossa intenção há anos. Além disso, o Primeiro Ministro assumiu o compromisso de que o registro de armas longas seria extinto,” disse ela. “Nós iremos honrar o compromisso que fizemos.”

“O povo canadense irá ver a extinção do registro de armas longas logo, no final do ano”, completou a Parlamentar. “Trata-se de uma prioridade para o nosso governo.”

Candice Hoeppner introduziu, em 2009, um projeto que propunha isentar fuzis de caça e espingardas de registro, que seria necessário apenas para armas curtas. Fuzis militares e metralhadoras continuariam a ser proibidos. Em outubro de 2010 a oposição conseguiu barrar seu projeto, por uma margem pequena, de apenas 2 votos.

Por entenderem que a manutenção do registro de armas longas constitui um gasto desnecessário, ineficiente no combate à criminalidade, o atual governo apresentará outro projeto legislativo, de conteúdo semelhante ao anterior.

Líderes de alguns partidos políticos hesitam em revelar se irão apoiar o novo projeto. No entanto, concordam que a legislação atual necessita de modificações, visto que prejudica certos setores da sociedade, principalmente as comunidades rurais e indígenas. Analistas afirmam não ser possível visualizar a direção em que seguirá a votação. Apesar da causa ter ganhado força com a ascensão do atual governo, a oposição fará todo o possível para, mais uma vez, barrar a extinção do registro de armas longas no Canadá.

Saturday, July 23, 2011

Javalis no PARNA das Araucárias - SC

Pelamor de Deus...

Leiam a noticia abaixo...Será mesmo que os produtores é que tem que pedir autorização para abater javalis na Unidade de Conservação, ou o referido orgão ICMBio que deveria zelar pelo PARNA não deveria já ter organizado o controle desta espécie invasora???

Já devem ser mais de uma dúzia as Unidades de Conservação federais e estaduais desse país infestadas com Javalis, Lebres, bufalos, etc e o ICMBio até onde eu sei não tem feito nada !!!

Os javalis já estão em todos os biomas brasileiros e o poder público e autoridades ambinetais não tem provido o controle nem nas Unidades de Conservação de sua responsabilidade...

Aqui em MG os javalis já estão nos PARNA's do Caparaó, da Serra da Canastra e Serra do Cipó e também afetando os produtores rurais do entorno

É como tenho dito, os prejuizos na agricultura que aparecem na midia são apenas uma pequena parcela do que estes animais tem causado ao meio ambiente

--
Eng. Agr. Rafael Salerno
Coordenador GT Javali
Nova Safra Consultoria e Participações

www.plantadiretobrasil.blogspot.com
skype: panda_br
+55-31-9882-7421
+55-38-9131-8742

23/07/2011 às 06h53min - Atualizada em 23/07/2011 às 06h53min
TAMANHO DA FONTE
A-
A+
Javalis destroem lavouras de milho e soja em Santa Catarina

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/brasil/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=11449

Javalis estão destruindo as lavouras de milho e soja do oeste de Santa Catarina. Cerca de 200 famílias que vivem próximas ao Parque Nacional das Araucárias já tiveram prejuízo, segundo a prefeitura de Ponte Serrada (494 quilômetros de Florianópolis).


O secretário de agricultura da cidade, Olivo Cortellini, afirma que as perdas dos produtores chegam a 75%.


O presidente do sindicato rural da cidade, José Foresti, foi um dos menos atingidos --15% de sua lavoura de soja foi destruída. Neste ano, os javalis o impediram de colher 600 sacas do produto (cerca de R$ 24 mil).


O produtor Roque Cecato perdeu metade de sua produção de milho. Ele conta que os javalis costumam estragar a lavoura em dois momentos: parte logo após feita a plantação e parte pouco antes da colheita, quando comem o milho.


O problema existe há cerca de cinco anos. Nem a Polícia Ambiental nem a coordenação do parque sabem quantos javalis vivem na região. Para tentar diminuir a presença dos animais, a polícia liberou a caça em todo o Estado.


Dentro do parque, porém, o abate é permitido apenas com autorização do Instituto Chico Mendes, responsável pela unidade de preservação. Até agora, ninguém pediu licença para isso.


O javali não é um animal nativo da região. Ele foi trazido pelos europeus para o Uruguai e entrou no país pelo Rio Grande do Sul.


O animal não tem um predador natural, o que dificulta o controle da espécie, segundo o chefe do parque, Juliano Rodrigues Oliveira.

Orientações sobre javalis nas estradas e no estado de SP

Amigos,

Após a triste noticia de acidente fatal após colisão com javalis nesta quarta-feira 20/07/2011 em São José do Rio Preto (Javali causa morte na estrada no interior de SP)

Foi publicada na midia mais uma noticia sobre infestação também na região de Rio Claro/SP a 270km de distância de onde ocorreu o acidente fatal:

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/07/ataque-de-javaporcos-destroi-150-plantacoes-no-interior-de-sp.html

Temos disponibilizado o Mapa de Incidência Javalis e seus hibridos no Brasil que demonstra claramente a infestação por javalis em quase todas as regiões do estado de SP e que chega a afetar regiões de fronteira com MG e PR.

Peço a todos que tomem muito cuidado ao dirigir a noite nas estradas das regiões afetadas e em caso de encontrar com animais na pista NÃO DESVIEM, POIS A PERDA DE CONTROLE DO VEICULO PODE SER FATAL !!!

Infelizmente as autoridades estaduais e brasileiras ainda não estão tomando providências quanto a expansão da espécie e aumento dos acidentes, mas o governo alemão publicou na internet um video orientado como proceder ao volante em caso de acidentes com javalis: http://www.youtube.com/watch?v=qGT4cFEqB1o



Quem tiver dúvidas quanto a consequências de uma colisão com javalis pode ver como ficou este caminhão no Mato Grosso: http://plantadiretobrasil.blogspot.com/2011/05/mtbr-acidente-causado-por-javali.html

O IBAMA declarou esta espécie como nociva e hoje cabe aos estados liberar e regulamentar o abate como já foi feito nos estados de RS e SC, as autoridades estaduais ambientais dos demais estados já têm sido alertadas e junto com os respectivos governos podem e devem ser responsabilizadas pela omissão em não prover o controle dessa espécie. Não permitir o abate de javalis no estado de SP alegando que a caça é proibida por lei estadual é como proibir e criminalizar o abate de ratos no território paulista.

Acredito que aqueles que forem lesados em suas atividades devem processar o estado pelos danos na agricultura e as concessionárias em caso de animais em vias sob concessão, mais do que tudo pedimos que as autoridades tomem providências para que mais vidas não sejam colocadas em risco.

Agradeço a todos a atenção e peço que reencaminhem estas orientações para quem trafegar nas áreas afetadas por javalis

Atenciosamente,

--
Eng. Agr. Rafael Salerno
Coordenador GT Javali
Nova Safra Consultoria e Participações

www.plantadiretobrasil.blogspot.com

skype: panda_br
+55-31-9882-7421
+55-38-9131-8742

Ataque de 'javaporcos' destrói 150 plantações no interior de SP

22/07/2011 23h58 - Atualizado em 23/07/2011 12h32
Ataque de 'javaporcos' destrói 150 plantações no interior de SP

Animais são resultado de cruzamento entre javali e porco.
Agricultores na região de Rio Claro reclamam de prejuízo.

Do G1 SP, com informações da EPTV

Animais já destruíram 150 plantações no interior de São Paulo. (Foto: Reprodução/TV Tem)Animais já destruíram 150 plantações no
interior de São Paulo. (Foto: Reprodução/TV Tem)

A superpopulação de javaporco, animal resultado do cruzamento entre javali e porco, já causou prejuízos em 150 propriedades agrícolas de Rio Claro, a 175 km da capital paulista. Os animais invadem lavouras e deixam um rastro de destruição.

Uma mesma plantação de milho seco foi invadida cinco vezes pelos animais em uma semana. O agricultor Liberato Huefener Filho perdeu um dos seus três hectares. O prejuízo já chega a 200 sacas de milho, o equivalente a R$ 6 mil.

O javaporco foi criado para melhorar a qualidade da carne suína. Mas, como se reproduz com muita facilidade, a luta dos agricultores passou a ser o controle da superpopulação. O bicho é selvagem e vive na mata. Chega a pesar 100 kg e pode dar a luz a até dez filhotes.

O diretor do Conselho de Agricultura de Rio Claro, José Cláudio da Silva, explica que os javaporcos, quando livres na natureza, podem trazer um desequilíbrio ao ecossistema. “Como eles não têm predadores, eles acabam atacando as capivaras, que são animais da nossa região”, disse.

O Ministério Público foi acionado para pedir um estudo sobre a quantidade de animais soltos e os problemas que eles trazem para o meio ambiente.

Friday, July 22, 2011

Javali causa morte na estrada no interior de SP

21/07/2011 13:24

Prefeito Nivaldo Domingos Negrão é internado após acidente de carro

O motorista Roberto Collar, que conduzia o carro da prefeitura morreu no local

Fonte: http://www.redebomdia.com.br/noticias/dia-a-dia/61075/prefeito+nivaldo+domingos+negraoe+internado+apos+acidente+de+carro


*Atualizado às 17h58

Agência BOM DIA

Fotos: Colaboração/Rodrigo Gordão

O prefeito de Ibirá, Nivaldo Domingos Negrão, conhecido como Biscoito, foi internado no Hospital de Base de Rio Preto depois de sofrer um acidente de carro na noite de quarta-feira (20).

O acidente aconteceu na rodoia Ângelo Motta por causa de um animal que invadiu a pista, um javali de mais de um metro de comprimento.

O motorista Roberto Collar, que conduzia o carro da prefeitura morreu no local e o prefeito sofreu ferimentos graves. O Hospital de Base ainda não emitiu nenhum boletim sobre o estado de saúde do prefeito. Biscoito passa bem.

Confira abaixo imagens do acidente:

Brasil esnobou os EUA. Errou

ESTADÃO.COM - 21 JUL 11

Alberto Tamer


Um estudo que levou três anos do respeitadíssimo Council of Foreign Relations, divulgado na semana passada, afirma que os Estados Unidos deveriam dar mais atenção ao Brasil, um país que desponta no cenário mundial. Não é bem assim. É meia-verdade. Os EUA têm dado muita atenção, sim, quem rejeitou até agora foi o governo brasileiro, que praticou uma política externa de fogo de artifício, brilham por segundos e desaparecem.

O Brasil apoiou o Irã na questão nuclear, se aproximou de Hugo Chávez e relegou o mercado americano a um segundo plano.

Além disso, o ex-presidente Lula manteve no cargo por oito anos Celso Amorim, talvez o pior ministro das Relações Exteriores que o Brasil já teve. Uma das nossas colunas denunciou esse fato, afirmando que "a ideologia atrapalhava o comércio brasileiro". Tudo o que vinha dos EUA era ruim para o Brasil, só que o mercado americano é apenas o maior do mundo... Eles importam anualmente US$ 1,1 trilhão! E nós exportamos para eles, no ano passado, sabem quanto? US$ 19,4 bilhões...

Esnobamos os EUA, que importam 66% de tudo que vendemos em produtos industrializados e nos apegamos agora à China que compra só commodities agrícolas, petróleo, soja, e exporta para o Brasil 90% de industrializados.

Melhorando, mas pouco. A situação está melhorando no atual governo, mas temos muito a recuperar. No primeiro semestre, as exportações para os EUA cresceram 30%, mas são apenas 10% das vendas totais do Brasil. E isso porque importam industrializados, produtos nos quais perdemos espaço para a China nos Estados Unidos, no mundo e... aqui também. E querem saber quanto? Uma enormidade!

Vejam só isso! Os números do Bureau of Economics Accounts, (BEA) dos Estados Unidos assustam . Em 2002, os Estados Unidos importaram, de todos os países, o equivalente a US$ 693,10 bilhões. Pois em 2010, passaram para US$ 1,28 trilhão. Foi um crescimento de 84,43%. A variação até 2008 foi um pouco maior, 85,75%, e é fácil compreender essa diferença, porque 2009 e 2010 foram anos de recessão e, portanto, de importações menores.

E o Brasil nisso? As vendas brasileiras para os Estados Unidos cresceram 94,1% até 2008, ano da recessão. Quando se considera a diferença entre 2002 e 2010, a expansão é de apenas 52,92%, porque a demanda americana encolheu nos últimos dois anos. No conjunto, parece um desempenho satisfatório, mas não é porque vários outros países aumentaram as vendas em mais de 100% para o mercado americano, deixando o Brasil para trás a ver estrelas.

Eles crescem mais de 100%! Apesar de sobrecarregar o leitor com números, vamos dar as importações americanas em dois períodos, 2002-2008 - ano de crise financeira - e 2008-2010, para evitar distorções entre os dois últimos anos de recessão e os anteriores, até 2002, quando eles importaram menos:importações do Brasil até 2008 - mais 94,15% até 2008. Desse ano, até o ano passado, mais 54,9%.

E vejam agora os outros. As importações da China até 2008 aumentaram nada menos que 170,58% (!!) e 191,68% (!!!) até 2010. Nos dois casos o ano base é 2002. Com crise e tudo. Quase quatro vezes mais do que o aumento das vendas brasileiras para os EUA. Pode-se ver que mesmo na fase de recessão, as importações da China quase dobraram!
O mesmo acontece com as importações da Índia, que aumentaram 118,72% até 2008 e 150,76% até 2010. De novo, crescimento enorme apesar da recessão. Conjunto das Américas Central e do Sul: 84,16% até 2008 e 78,47% até 2010. Considerando-se o período até 2010, portanto, a região teve um desempenho geral melhor que o do Brasil.

A conclusão é triste e simples: o Brasil deixou de dar prioridade ao mercado americano, em busca do sonho dos países do Sul, e perdeu espaço para outros países, mais realistas, que ocuparam o seu lugar. O Brasil errou e só agora está percebendo disso. Uma tarefa árdua e ingrata para o novo governo que pode levar anos.

Friday, July 08, 2011

Javalis e capivaras causam prejuízo nas lavouras do Paraná

08/07/2011 19h51 - Atualizado em 08/07/2011 19h59

Agricultores utilizam rojões para assustar animais.
Bandos invadem a plantação durante a noite.

Do G1 PR

Fonte: http://g1.globo.com/parana/noticia/2011/07/javalis-e-capivaras-comem-espigas-de-milho-das-lavouras-no-parana.html


Os agricultores de Quinta do Sol, município do Noroeste do Paraná, estão tendo prejuízos porque bandos de javalis e capivaras se alimentam da plantação de milho.

Veja a reportagem do ParanáTV 2ª edição, da RPC TV Maringá

Para tentar espantar os animais, os produtores soltam rojões. Mas a medida, nem sempre, é eficiente porque os bichos fazem os estragos de madrugada e a noite. Como são silvestres, os animais evitam o contato com as pessoas durante o dia.

O aumento das áreas de reserva das propriedades tem ajudado os animais a se reproduzir. “A gente pensou em até, neste ano já, largar uma beira de alagado pelo estrago que fez no ano passado”, relatou o produtor rural, Celso Malaguti

No município de Fenix, um bando de queixada foi flagrado em plena luz do dia saindo na lavoura e voltando para a mata. Cena rara de se ver.

Thursday, July 07, 2011

Tudo novo - Efraim Rodrigues

Efraim Rodrigues

Tudo novo

Publicado em 03/06/2011 | efraim@efraim.com.br

Neste 5 de junho pouparei você do clichê “Não há muito o que comemorar neste Dia do Meio Ambiente...”

Ao contrário, temos muito que comemorar.

Há três décadas, criadores de porcos da Argentina e Uruguai trouxeram javalis, de onde eles se dispersaram para o Rio Grande do Sul e todo o país.Um grande passo para a solução do problema está sendo dado por uma única pessoa que está compilando os relatos de ocorrência de Javalis. Dê uma olhada em http://plantadiretobrasil.blogspot.com/2011/02/primeiro-mapa-de-incidencia-javalis-e.html e contribua você também se encontrar um javali.

Há mais o que comemorar. O responsável pelo blog não é um naturalista preocupado com a contaminação de ecossistemas nativos por espécies exóticas, mas um jovem agrônomo focado em nutrição de plantas e análise econômica. A comemoração é então dupla. Pela possibilidade de as pessoas enxergarem a extensão do dano causado pelos javalis (e pressionem por medidas efetivas) e o aparecimento de uma nova geração de agrônomos (e naturalistas) que afinal percebam que todos (ao menos os bem-intencionados) querem o mesmo: medidas planejadas e eficientes visando ao bem comum a longo prazo.

Outra iniciativa de grande resultado e pouco esforço é o Inaturalist. A ideia aqui é que as pessoas mandam fotografias de plantas e bichos que querem identificar. Um time de pesquisadores, então, identifica a espécie pela foto. E quem paga para essa gente largar seus cargos de pesquisadores e professores e ficar identificando plantas que estudantes e donos de casa mandam?

Ninguém paga ninguém porque há aí uma troca inteligente de trabalho. Estudantes e donas de casa que querem saber o nome da espécie trabalham como assistentes de campo dos pesquisadores. Eles ganham o nome, mas informam que a espécie X ocorre em determinado local. Unindo contribuições daqui e dali é possível fazer mapas de ocorrência de espécies que antes exigiam ir a um museu e passar por todos os espécimes e ainda por cima tentar adivinhar as coordenadas da estrada de São João de Deus me livre. Se você mandar a foto com um IPhone, ela já vai com as coordenadas junto.

O que eu comemoro neste 5 de junho é o nascimento de uma tecnologia que viabiliza as pessoas trabalharem juntas para melhorarem o ambiente onde vivem.

Guia ilustrado de Controle de Javalis com arma de fogo

Prezados colegas,

O controle de javalis e seus hibridos já está liberado no RS e SC e é uma atividade que precisa ser levada a sério pois necessita de conhecimento para evitar acidentes desnecessários e riscos ao produtor rural ou atirador. Para ajudar estamos disponibilizando este artigo ilustrado sobre pontos ideais para colocação dos tiros bem como uma pequena discussão sobre calibres.

Desde já agradecemos o autor Sr.
Evaldo Staut que gentilmente nos permitiu a publicação de um trabalho que certamente será uma referência no Brasil.

É bem verdade que um calibre .22 pode matar um porco quando bem colocado na testa do animal, ou mesmo matar leitões para efeito de controle, porém o uso de calibres menores em geral como os calibres de armas curtas como .38, .32, 380, .40, 7,65 ou de armas longas menores do que .20 como .28 , .36 pode ser extremamente arriscado por expor a pessoa a um animal agressivo e ferido.

Situações como esta já levaram a óbito algumas pessoas no Brasil

Muita prudência e boa pontaria a todos!

Eng. Agr. Rafael Salerno

Ps.: As opiniões expressas no artigo são de responsabilidade do autor, ainda que eu concorde na sua quase totalidade

Artigo: CARACTERISCAS DA ANATOMIA DO JAVALI/JAVAPORCO


Autor: Evaldo Avelino Boeri Staut

Coração, pulmão, coluna vertebral
.



Primeiramente eu gostaria de deixar bem claro, que sou o único e exclusivo responsável por este artigo, o Blog Planta Direto Brasil bem como seu mantenedor e seus outros membros não possuem qualquer responsabilidade sobre o mesmo, afirmo isso, pois apesar de estar ciente de que não estou cometendo nenhuma ilegalidade, infelizmente a imbecilidade e a hipocrisia são extremamente abundantes nos dias atuais.

Eu também gostaria de deixar bem claro que não estou incentivando nenhum tipo de ilegalidade, nem estou tratando de um tema ilegal, haja visto que a caça legal de javali bem como seu controle populacional por parte de algumas autoridades competentes, hoje é uma realidade no Brasil

A quem possa achar que esse tipo de controle é desumano ou coisa parecida, eu recomendo uma visita a um frigorífico de porco, de gado, de cavalo, ou mesmo de frango, tenho certeza que após tal visita essa pessoa terá plena convicção que este é um método de controle muito humano.

Eu também gostaria de atentar para o fato de que os javali/javaporcos são animais exóticos, altamente invasores e daninhos, que causam grandes danos a fauna e a flora nativa brasileira, apesar de algumas certas "otoridades" ainda quererem esconder existência deles, bem como dos problemas causados por eles tentando estupidamente esconder a merda debaixo do tapete, eles são uma realidade e um problema a nível NACIONAL, e estão se espalhando cada vez mais, tanto que em breve espaço de tempo eles se tornarão onipresentes em todo ou quase todo território nacional

Nas áreas de grande incidência desses animais, alem dos danos materiais e da morte de animais de cria que eles provocam, eles praticamente eliminam os porcos nativos, queixadas e catetos, e exterminam os ovos de todos os pássaros que fazem ninho no chão, perdiz, codorna, ema, quero quero, nhambu, jaó.....

Nosso objetivo é passar um pouco de conhecimento sobre a anatomia desse animal exótico.
Anatomia essa que é amplamente mal compreendida, fato esse que aliado ao seu porte avantajado, grande resistência física e agressividade, podem resultar em reais riscos a integridade física e a vida de caçadores legalizados e de autoridades encarregadas do seu controle.

Bem como tentar passar alguns conhecimentos tanto coletados, como pessoais sobre a caça desse animal, sempre embasado em nossa relativa experiência pratica.

Fotografias com ilustrações feitas por nós são utilizadas para ilustrar da forma mais realista possível, a localização do coração, pulmões e coluna vertebral, permitindo que se possam compreender realmente quais são suas áreas mais mortais, portanto as mais adequadas para se realizar o abate desses animais da forma mais limpa e humanamente possível, sem sofrimento desnecessário para o animal e nem riscos para quem for efetuar o seu controle

Por muitos é entendido, ou melhor, mal entendido, que o javali é uma espécie de "super fera" blindada que é quase impossível de matar.

Estórias surpreendentes são contadas e recontadas de como tiros supostamente bem colocados não conseguem derrubá-lo.

Realmente o javali tem uma grande resistência, mas não é bem assim, esse animal não é tão "imorrível", o que acontece é que a área do corpo dele que é realmente mortal é muito pequena!

Mas alguém vai dizer, "só que você esta se esquecendo da placa de armadura que existe sobre as regiões das paletas", sim eu sei que ela existe só que ela não é à prova de bala!

A chamada placa de armadura é resistente e pode ser bem grossa chegando a atingir +/- 5cm de espessura em um "cachaço erado", mas é facilmente perfurada por balas de calibres adequados!

Existem até estórias de balas ricocheteando um porco, mas isso é só estória.

Agora o que não da, é querer caçar javali com calibrinho, ai a coisa pode complicar e muito, dependendo da situação pode acabar até com a morte do caçador.

Já vi vários desenhos artísticos da anatomia do Javali, e a quase todos estes desenhos estavam muito errados.

As fotos abaixo irão mostrar em detalhes as exatas localizações dos órgãos vitais e o quão realmente é pequena a área do coração/pulmões.

Também irão mostrar a localização da coluna vertebral (cervical), que é muito baixa na altura da paleta.

Dê uma boa olhada na ultima foto!

Você pode ver que a "buchada" ocupa praticamente todo o comprimento do corpo do javali, atingindo até a parte inferior da paleta e na verdade ela fica encostada no coração.

Portanto a crença que muitos têm de que "atrás da paleta" é um dos melhores locais para se colocar o tiro e não estragar muita carne, normalmente resulta em nada mais do que um tiro na "buchada" com a ruptura dos intestinos e fígado.

Este tiro vai resultar num porco mortalmente ferido, mas correndo por centenas de metros.
Essa corrida geralmente vai terminar em cerca de 100, 200 metros do local onde o animal foi baleado, e às vezes mais longe ainda.
Embora o porco vá morrer, raramente ele será recuperado e aproveitado, pois geralmente isso ocorre no sujo.

Ai, em seguida nasce outra estória da besta a prova de balas.

A verdade é que um projétil de calibre decente, com uma carga decente, colocado no coração, pulmão, coluna vertebral, vai abater o maior javali que existe de forma praticamente instantânea.

O truque é saber qual é a área realmente mortal do javali.

Eu quero mostrar também, onde realmente fica localizada a "buchada" (estômago e intestinos).

Tenha em mente que as fotos abaixo são de um porco morto deitado em uma superfície plana. O que faz parecer que a paleta (perna dianteira), pareça ser mais para frente do que realmente é como se fosse um pouco afastada do corpo.


Posted Image

Foto de um mestiço, macho, jovem de +/- 35 kg



Posted Image

Foto do porco coureado! (sem o couro)



Posted Image

Esta foto mostra a caixa torácica (costelas), a paleta e a coluna vertebral desossadas. A pá da paleta (
escápula ou omoplata) está em pé e não inclinada como muitas fotos artísticas mostram.
Os ossos e músculos da paleta
cobrem 85% ou mais do coração e pulmões.



Posted Image

Essa foto mostra parte da caixa torácica (costela) retirada para que se veja o interior, e mostra a posição exata do coração, pulmões e intestinos, bem como parte da coluna vertebral.


Obs: o tiro foi dado com um rifle de alta potencia na região central do pescoço.

O canal de ferida é facilmente visível.
A coluna foi severamente danificada junto com as principais artérias e veias, bem como partes dos pulmões. O coração em si não foi atingindo, mas mesmo assim o porco caiu em cima do rastro, sem tentar correr.



Posted Image

Como se pode ver, o coração em si permaneceu intacto, as grandes artérias dos pulmões e do coração são claramente visíveis na foto.




Posted Image

Essa foto, mostra bem como é pequena a area da cavidade torácica ocupada pelos pulmões e pelo coração.
Mostra também que os intestinos se prolongam até a área da paleta.
Claramente pode ser visto que um tiro colocado atrás da paleta não vai atingir a área do coração e dos pulmões.




Posted Image

OS TIROS DEVEM SER COLOCADOS NA REGIÃO MÉDIA DA PALETA ou no pescoço.

Tiros no pescoço são recomendáveis apenas para rifles de alta potência.

Os tiros dados com armas curtas ou com armas longas que utilizem calibres de arma curta, como 357mag, 44mag.... Bem como aqueles dados com espingardas carregadas com balotes, são mais mortais quando dados diretamente na parte superior do coração, que está diretamente na linha da paleta e acima do início de "cotovelo".

Sunday, July 03, 2011

Uso de eucalipto em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta

Uso de eucalipto em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta

Roberto Giolo de Almeida, pesquisador da Embrapa Gado de Corte

domingo, 03 de julho de 2011


No Brasil, entre os anos de 1970 a 2006, houve um crescimento relativo nas áreas utilizadas com lavouras, florestas e pastagens, da ordem de 126%, 73% e 12%, respectivamente. Durante este mesmo período, o efetivo bovino aumentou em 116%. Quanto ao setor florestal brasileiro, estima-se uma área plantada com florestas de 6,3 milhões de hectares, sendo 66,5% com eucalipto, 26,5% com pinus e 7% com outras espécies. Em 2009, o consumo de madeira em tora foi de 162,6 milhões de metros cúbicos, distribuídos nos segmentos de celulose e papel (37,3%), lenha industrial (25,7%), indústria madeireira (18,8%), carvão (11,9%), painéis reconstituídos (5,8%) e outros (0,5%), sendo a demanda maior que a oferta.

Este panorama, aliado às crescentes demandas por alimentos, madeira e biocombustíveis, e às restrições para abertura de novas áreas de vegetação nativa para a agropecuária e para extração de madeira, são indicativos da tendência do avanço de lavouras e de florestas plantadas sobre áreas com pastagens, principalmente, aquelas em algum estágio de degradação. Nesse sentido, há uma tendência, para os próximos anos, de diminuição de áreas com pastagens cultivadas no Brasil, porém, com ligeiro aumento no rebanho bovino, como consequência da intensificação do uso das pastagens cultivadas remanescentes.

Com isso, nota-se uma preocupação acentuada com a preservação ambiental e a necessidade de uso mais eficiente dos recursos naturais e de insumos, para que as demandas atuais e futuras sejam atendidas e de modo que os sistemas de produção agropecuários possam desempenhar seu papel com benefícios sócio-econômicos e ambientais, trilhando o caminho da sustentabilidade.

O aumento na demanda por carnes vermelhas indica uma oportunidade para exportação do produto brasileiro, entretanto, devendo-se considerar as exigências da comunidade internacional relacionadas à segurança ambiental no processo produtivo da carne, como: bem-estar animal e qualidade da carne, conservação do solo e da água, mitigação da emissão de gases de efeito estufa e sequestro de carbono, e prestação de serviços ambientais em áreas com pastagens, sendo que tais exigências e demandas podem ser atendidas com a inclusão do componente florestal em sistemas pecuários. Neste contexto, atualmente, tem se dado ênfase a sistemas integrados de produção, como a integração lavoura-pecuária e, mais recentemente, a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF).

Sistemas de iLPF ou agrossilvipastoris, são sistemas que envolvem a interação dos componentes florestal, agrícola e pecuário, e caracterizam-se como um tipo de sistema agroflorestal (SAF). Os SAFs têm sido desenvolvidos em todas as regiões do país, com características específicas quanto às espécies utilizadas, ao arranjo temporal e espacial dos componentes e ao objetivo e funcionalidade do sistema. No entanto, geralmente, SAFs são entendidos como sistemas multiespécies, mais complexos e diversificados do que sistemas de iLPF que integram os três componentes nos moldes de uma agricultura mecanizada com rotação de lavouras e pastagens em associação ao sistema plantio direto.

Frente às demandas por crédito para sistemas de iLPF, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou, em seu Plano Agrícola e Pecuário de 2008-2009, o Programa de Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), que tem como uma de suas diretrizes a implantação de sistemas produtivos sustentáveis, priorizando a recuperação de áreas e pastagens degradadas, disponibilizando linha de crédito específica para a implantação e ampliação de sistemas de integração de agricultura, pecuária e silvicultura. O Plano Agrícola e Pecuário de 2010-2011, do Mapa, inclui o novo Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC), por meio do qual foram destinados R$ 2 bilhões para financiar práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas produtivos eficientes que contribuam para a mitigação da emissão dos gases de efeito estufa, como os sistemas de iLPF.

Na conjuntura atual, de demandas crescentes e estímulos governamentais, ampliam-se as possibilidades de uso de sistemas de iLPF para recuperação e intensificação do uso de pastagens no Brasil. Entretanto, devido à maior complexidade e de necessidades operacionais específicas desses sistemas, é essencial o conhecimento prévio das condições do mercado local e regional quanto à disponibilidade de insumos, maquinário, mão-de-obra, serviços e condições de comercialização dos produtos, especialmente, aqueles relacionados ao componente florestal, além das condições de infra-estrutura do sistema de produção. A partir daí, deve-se procurar por assistência técnica para realizar o planejamento das atividades.
Escolha do componente arbóreo

Na escolha da espécie arbórea a ser implantada em um sistema de iLPF com ênfase na pecuária, além de se considerar sua adaptação às condições locais de clima e solo, deve-se optar por aquelas que apresentem crescimento rápido, de modo que entre um a dois anos do plantio, as árvores tenham atingido diâmetro do tronco suficiente para que sejam minimizados possíveis danos mecânicos causados por animais em pastejo. Práticas de desrama podem ser utilizadas na condução das árvores, para minimizar os danos pelo gado; outra estratégia é utilizar animais de categorias menores, como de recria, na fase inicial de crescimento das árvores.

Outros aspectos para escolha da espécie florestal são: práticas silviculturais conhecidas; disponibilidade de sementes e mudas; espécies de leguminosas, que fixam nitrogênio atmosférico e que apresentem potencial forrageiro; e espécies que não sejam tóxicas ao gado.

Dentre as espécies florestais mais utilizadas em pastagens no Brasil, destacam-se: eucaliptos (Eucalyptus spp. e Corymbia spp.), grevílea (Grevillea robusta), pinus (Pinus spp.), teca (Tectona grandis), paricá (Schyzolobium amazonicum), mogno africano (Kaya ivorensis), cedro australiano (Toona ciliata), canafístula (Pelthophorum dubium) e acácia mangium (Acacia mangium).
Árvores de crescimento lento (menos de dois metros de altura por ano), como algumas espécies nativas, também podem ser utilizadas, quando o produto/serviço escolhido compensar o custo de proteção contra danos que o gado pode produzir nas árvores. Esta é uma limitação para sistemas silvipastoris, entretanto, para sistemas agrossilvipastoris (iLPF), pode-se cultivar lavouras nas entrelinhas das árvores, durante o período necessário para desenvolvimento das mesmas, antes da implantação do pasto e da entrada de animais em pastejo.

Em sistemas de iLPF onde a atividade principal é a pecuária, a escolha pelo componente florestal deve considerar espécies para múltiplos usos, que proporcionem madeira de qualidade para diferentes segmentos e permitindo a entrada de várias receitas durante seu ciclo produtivo. Neste caso, destacam-se as espécies e híbridos de eucalipto, por apresentarem boa adaptação às condições edafoclimáticas do Brasil, crescimento rápido com fuste alto e copa não muito densa, e madeira com características desejáveis para os segmentos de celulose e moveleiro. Práticas de desbaste seletivo ou sistemático podem ser utilizadas na condução das árvores, para obtenção de receitas a partir dos 4-5 anos da implantação do sistema.

Para condições tropicais e subtropicais, a espécie de eucalipto mais utilizada é Eucalyptus grandis, além de seus híbridos, principalmente, com E. urophylla, formando E. urograndis. Os híbridos apresentam maior produtividade, entretanto, não são indicados para regiões com mais de cinco meses de período seco. Quanto à qualidade da madeira, destaca-se o eucalipto citriodora (Corymbia citriodora), que também pode ser utilizado para produção de óleo essencial (citronela), entretanto, com taxa de crescimento inferior a E. grandis e E. urograndis, necessitando de maior período de tempo para entrada de animais em pastejo. Quanto ao tipo de solo, deve-se evitar locais com problemas de má drenagem.
Orientação e espaçamento das árvores

Na orientação das linhas de plantio das árvores deve-se considerar, primeiramente, a conservação do solo e da água. Assim, as árvores devem ser dispostas em nível e, no caso da necessidade de terraços, o plantio das árvores deve ser feito no terço inferior do terraço, para evitar danos às raízes das árvores, favorecer a infiltração de água, a conservação e manutenção do terraço e o deslocamento dos animais.
Para terrenos planos, as linhas de árvores devem ser orientadas no sentido leste-oeste.

Espaçamentos mais amplos favorecem o desenvolvimento da forrageira no estrato inferior e a produção de madeira com maiores dimensões, além de permitir o consórcio com culturas agrícolas por maior período e com menores limitações em termos de competição por espaço, luz, água e nutrientes. Do ponto de vista da pecuária, espaçamentos entre fileiras ou renques de árvores podem variar de 10 a 50 m, sendo que espaçamentos menores limitam a produção forrageira e animal. O espaçamento entre árvores, na linha, pode variar de 1,5 a 5 m.

Quanto aos arranjos das árvores, podem variar de linhas simples, duplas ou triplas, de acordo com a finalidade da madeira, e podem ser associados a práticas de desbaste seletivo ou sistemático, para produzir madeira com maior espessura e maior valor agregado. Em sistemas de iLPF com finalidade na pecuária, a implantação de linhas simples facilita no manejo das árvores, exigindo menos mão-de-obra. Arranjos mais complexos exigem mais desbastes e são indicados para sistemas com finalidade predominantemente florestal.

Implantação do componente arbóreo

Para implantação do componente arbóreo, deve-se atentar para o devido controle de formigas e cupins na área a ser utilizada e nas adjacências, antes do início do preparo do solo.

Em caso de solos compactados, deve-se realizar a descompactação na linha ou faixa de plantio das mudas. A correção do solo, com calcário e com gesso é importante para favorecer o desenvolvimento do sistema radicular das mudas. A adubação pode ser feita na linha de plantio, de acordo com o tipo de solo e a espécie florestal. Em caso de uso das entrelinhas para cultivo de lavouras, a adubação desta área deve ser feita de acordo com a exigência da mesma.

Antes do plantio, as mudas devem ser tratadas com cupinicida e fungicida, para favorecer o estabelecimento. O plantio pode ser feio antes ou após a implantação da lavoura, de acordo com o espaçamento pré-determinado. No caso de plantios realizados fora da estação chuvosa, há necessidade de irrigação das mudas e/ou uso de polímeros para retenção de umidade (gel).

Mortalidade de mudas acima de 5% requer replantio, sendo que, em sistemas pecuários, pela dificuldade de mão-de-obra especializada em manejo florestal, as perdas podem chegar a 20%. Em regiões com empreendimentos florestais, pode-se contar com a terceirização do serviço, dependendo da viabilidade econômica.
Pelo menos durante os seis primeiros meses do plantio, em faixa de 1m para cada lado da linha de plantio, deve-se controlar as plantas competidoras ao redor das mudas, para favorecer o desenvolvimento das árvores.

Manejo do componente arbóreo: desrama e desbaste

A desrama ou poda, é uma prática importante, a ser realizada antes dos animais entrarem no sistema. Serve para retirada dos galhos laterais que podem ser danificados pelos animais, causando injúria às árvores e comprometendo a produção de madeira de melhor qualidade. Também, serve para aumentar a disponibilidade de luz para o componente forrageiro que ocupa o estrato inferior.

A primeira desrama deve ser realizada quando o diâmetro do tronco à altura de 1,30 m (diâmetro à altura do peito, DAP) atingir 6 cm, sendo cortados os ramos até 2 m de altura. No caso do eucalipto para produção de madeira para serraria, com corte aos 12-14 anos, geralmente, as outras desramas são realizadas aos 2-3 anos e aos 3-4 anos, com o corte dos ramos a cada 2 m em cada desrama, até chegar aos 6 m, após as três desramas. A desrama deve ser realizada rente ao tronco, com equipamento adequado (serrote ou tesoura), para evitar tocos que comprometem a qualidade da madeira.

O desbaste consiste na retirada (corte) seletiva de árvores do sistema, com a finalidade de: fonte de receita, aumento na disponibilidade de luz para o componente forrageiro e/ou agrícola, melhoria das condições de crescimento das árvores para produção de madeira de melhor qualidade e valor agregado. Geralmente, os desbastes são orientados para manter um estande final com 30 a 50% das árvores implantadas.

Nas regiões de Cerrado, em sistemas de iLPF, o eucalipto pode sofrer desbastes sucessivos, de acordo com a finalidade da madeira: aos 4-5 anos, para carvão, lenha e moirões e aos 8-9 anos, para celulose e para postes, sendo realizado o corte final das árvores aos 12-14 anos, para serraria e laminação, seguindo-se um novo ciclo de plantio das árvores. Também, pode-se optar por apenas um desbaste, deixando-se entre 100 a 200 árvores/ha para o corte final, sendo a madeira comercializada para serraria.

Na colheita das árvores, devem-se seguir procedimentos técnicos para derrubada da árvore, arraste da tora, traçamento da tora, carregamento das toras e transporte da madeira, de acordo com o mercado comprador da madeira, da mão-de-obra e maquinário disponíveis. Dependendo da região, esse serviço pode ser terceirizado.

Benefícios Econômicos

Sistemas de iLPF permitem diversificação da renda, por meio do fornecimento de produtos agrícolas, florestais e pecuários, apresentando maior flexibilidade frente a externalidades. O planejamento e escalonamento desses produtos permitem aumentar a entrada de receitas e devido à maior eficiência de uso dos recursos naturais, de insumos, de maquinário e de mão-de-obra, apresentam melhores taxas internas de retorno do investimento, superando a renda líquida obtida nos sistemas componentes monoespecíficos.

As culturas anuais são utilizadas em sistemas de iLPF para amortizar os custos de implantação e melhorar as condições de fertilidade do solo com as adubações. Podem ser cultivadas por mais de uma safra, permitindo o desenvolvimento das árvores até a entrada dos animais em pastejo, eliminando-se os custos para proteção das mesmas. Além disso, com a adoção do plantio direto em sistemas de iLPF, os custos de implantação podem ser reduzidos em 10 a 25%.

Nesses sistemas, os custos para implantação e condução de mudas de eucalipto por um período de um ano, considerando-se as despesas com as mudas, insumos, mão-de-obra e maquinário, é de cerca de R$ 2,00/muda. Em sistemas de iLPF com eucalipto e uma safra de milho, os recursos gerados são capazes de amortizar os custos de implantação em cerca de 40 a 45%, antes da entrada dos animais. Quando é realizada a semeadura simultânea do milho com capim, em sistema Santa Fé, gasta-se menos dinheiro com o estabelecimento do pasto e antecipa-se a entrada de animais na área em pelo menos 50 dias.

Dentre os principais capins utilizados em sistemas de iLPF, destacam-se: Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha (Marandu, Piatã e Xaraés) e Panicum spp. (Tanzânia, Mombaça e Massai). O sombreamento promove melhorias no valor nutritivo dos capins e no bem-estar animal, possibilitando maiores rendimentos por animal.

Sistemas de iLPF com 250 a 350 árvores de eucalipto/ha proporcionam maior ganho em diâmetro das árvores quando comparados a sistemas florestais exclusivos, com 1.666 árvores/ha. Desta forma, aos sete a oito anos da implantação, pode-se colher madeira para postes de eletrificação e, aos 10-12 anos, toras com mais de 30 cm de diâmetro, para serraria.

Estes produtos apresentam maior valor agregado e podem atingir até seis vezes o valor da madeira para energia (carvão). Esses sistemas apresentam produtividade média de 25 m3/ha/ano, com possibilidade de comercialização da madeira como toras, postes, lenha, escoras para construção civil e estacas.

Em projeto em andamento na Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande-MS, foram implantados dois sistemas de iLPF, como estratégia de recuperação de pastagem. Em setembro de 2008, a área foi preparada para semeadura convencional da soja, deixando-se espaços para o plantio de mudas de eucalipto. Utilizou-se o híbrido H-13 (Eucalyptus urograndis), que foi implantado em janeiro de 2009, em densidades de 227 árvores/ha (sistema 1: espaçamento de 22 m entre fileiras de árvores e de 2 m ente árvores) e de 357 árvores/ha (sistema 2: espaçamento de 14 m entre fileiras de árvores e de 2 m ente árvores). Após a colheita da soja, foi semeado o capim-piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã), em abril de 2009.

Em outubro de 2009, foi realizado corte do capim para fenação. Nos sistemas 1 e 2, o custo de implantação com insumos e serviços foi de R$ 2.074,00 e R$ 2.218,00, respectivamente. Com a comercialização da soja (média de 2.100 kg/ha) e de uma colheita de forragem para feno (média de 4.000 kg/ha), obteve-se amortização dos custos de 85% e 79%, respectivamente. Se fosse cultivada uma nova safra ou mesmo uma safrinha, provavelmente, os custos dos sistemas de iLPF teriam sido amortizados aos 15 meses após o plantio do eucalipto, podendo-se introduzir os animais em pastagem de alta qualidade.

Estes dados demonstram que os custos de implantação de sistemas de iLPF não chegam a ser limitantes, num contexto de pecuária, onde os custos com cercas, bebedouros e aquisição de animais não são considerados. As perspectivas de receitas somente com o componente florestal, considerando o corte de 50%, 25% e 25% das árvores aos 7, 10 e 12 anos, para as finalidades de lenha/carvão, escoras/palanques e madeira, respectivamente, para os sistemas 1 e 2, seriam de R$ 4.930,00 e R$ 7.744,00.

Além das receitas provenientes da comercialização dos produtos, sistemas de iLPF apresentam grande potencial para fornecimento de serviços ambientais e com essa perspectiva de retorno econômico adicional, aumenta-se a possibilidade de adoção desses sistemas. O componente florestal também contribui para a beleza cênica da paisagem rural, possibilitando agregar maior valor à terra e o desenvolvimento do turismo rural, como fonte de receitas extras.

Fonte: DBO