Friday, February 25, 2011

Caubóis de helicóptero desafiam a morte na Austrália

24/02/2011 - 12h32

Caubóis de helicóptero desafiam a morte na Austrália

MEGAN LANE
DA BBC

No passado, o transporte do gado no enorme rancho de Bem Tapp, no norte da Austrália, levava um mês. Hoje, ele consegue levar 2.000 vacas por 50 quilômetros em apenas cinco dias, com a ajuda de pequenos helicópteros voando baixo.

Tapp pilota seu helicóptero vermelho R22 em volta do gado da mesma maneira que um caubói maneja seu cavalo, "tocando" as vacas na direção desejada.

A atividade de caubói de helicóptero é arriscada. As aeronaves voam baixo, em meio aos animais e à vegetação, e qualquer erro pode ser fatal. A cada ano, cerca de dez caubóis de helicóptero morrem na Austrália.

BBC Human Planet
Caubóis australianos usam helicópteros para tocar boiada, arriscando a vida no norte do país
Caubóis australianos usam helicópteros para tocar boiada, arriscando a vida no norte do país

O trabalho dos caubóis de helicóptero foi filmado para o episódio sobre pradarias da série da BBC Human Planet, que foi ao ar na última semana no Reino Unido. O penúltimo episódio da série, sobre rios, vai ao ar nesta quinta-feira.

'ZONA DOS HOMENS MORTOS'

Tapp possui dois ranchos no norte do país. Um deles, Maryfield Station, tem 1,5 mil quilômetros quadrados e abriga cerca de 20 mil cabeças de gado.

Seus animais se espalham pela fazenda enquanto são engordados para a venda aos lucrativos mercados de exportação de carnes à Ásia.

Tapp e um companheiro em outro helicóptero trabalham em conjunto, movimentando-se e mergulhando perto do gado para transportá-los ao local de abate.

Eles ficam continuamente no que os pilotos chamam de "zona dos homens mortos" --voando baixa altitude e em velocidade baixa.

"Geralmente, se você está voando a 500 pés [153 metros de altura], tem uma boa chance de conseguir sair de qualquer dificuldade e pousar com autorrotação [manobra usada em caso de falha nos motores]. Se você tem uma velocidade de 70 nós [cerca de 130 quilômetros por hora], também tem uma boa chance", explica Tapp.

"Mas nós voamos abaixo de 300 pés [91 metros] e podemos reduzir a velocidade para até 30 nós [55 quilômetros por hora]. Se o motor falhar, você não tem tempo para reagir. Você simplesmente cai no chão", diz.

Mas chegar perto do animais é parte do trabalho de um caubói, seja montado num cavalo, num quadriciclo ou num helicóptero.

"As vacas vão na direção oposta à qual você está. Para guiá-las, você tem que baixar bastante às vezes, e elas ficam no meio das árvores", diz Tapp. "Voar no meio das árvores aumenta o perigo", afirma.

SEGURO DE VIDA

O uso de helicópteros pequenos e manobráveis para pastorear o gado é agora comum nos amplos ranchos da Austrália, que têm um total de 30 milhões de cabeças de gado.

Um dos vaqueiros de helicóptero mortos no ano passado no país foi um dos empregados de Tapp. Para ele, desafiar a morte ou ferimentos faz parte dos riscos inerentes ao trabalho, e os custos de seguro provam isso.

"Este é o maior valor que você pode pagar por seguro pessoal no mundo. Tenho um seguro de 2,5 milhões de dólares australianos [cerca de R$ 4,2 milhões], que me custa 42 mil por ano [cerca de R$ 70 mil]", afirma.

No trecho final do percurso, os helicópteros ganham a ajuda de outros vaqueiros em terra, equipados com quadriciclos, orientados por rádio por Tapp.

Tapp vem fazendo o pastoreio de gado com helicóptero há 22 anos e conhece seu equipamento, seu gado e o terreno como a palma da mão.

Para se tornar um caubói de helicóptero, os pilotos precisam de 150 horas de voo em baixa altitude além das 110 horas para uma licença comum.

"Mas você não fica realmente bom até que tenha voado umas 1,5 mil horas. Você tem que ter o conhecimento do gado, para antecipar para onde eles podem se dirigir e criar problemas para você, para saber que tipo de movimento vai ser capaz de empurrá-los", afirma.

Mas esse não é um trabalho para os medrosos, afirma Tapp.

"A maioria dos pilotos são um pouco pretensiosos, mas você precisa ter muita confiança em você mesmo. E também tem o trabalho do pastoreio. É uma arte, a pilotagem e o pastoreio combinados", observa.

No Pantanal, caça ajuda espécies nativas

No Pantanal, caça ajuda espécies nativas PDF Imprimir E-mail
Fabio Pellegrini
24 Fev 2011, 20:30
Fonte: http://www.oeco.com.br/reportagens/24840-no-pantanal-caca-ajuda-especies-nativas


Vídeo de um porco-monteiro no Pantanal feito por pesquisador

Campo Grande (MS) – Estudo realizado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros entre 2002 e 2005, publicado recentemente na revista internacional Oryx, sugere que o hábito tradicional da caça do porco-monteiro (forma feral do javali - Sus scrofa), praticada pelos pantaneiros, tem contribuído para a conservação de espécies nativas, como o cateto (ou caititu - Pecari Tajacu) e o queixada (Tayassu pecari), que habitam o Pantanal.



Cateto (acima) e a queixada: porcos nativos se beneficiam da caça ao parente exótico (fotos: Fabio Pellegrini)

A conclusão é de Arnaud Desbiez, pesquisador francês associado ao Royal Zoological Society of Scotland, também professor da Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade do Instituto de Pesquisas Ecológicas (ESCAS/IPÊ); Alexine Keuroghlian, norte-americana radicada no Brasil, pesquisadora do Wildlife Conservation Society (WCS) Brazil; Ubiratan Piovezan, brasileiro, pesquisador da Embrapa Pantanal; e Richard Bodmer, inglês, professor do DICE, Universidade de Kent, Inglaterra; com o título “As Espécies Invasoras e caça tradicional contribuindo para a conservação da vida silvestre: O caso de suínos selvagens em uma área alagada Neotropical.”

A questão é secular, uma vez que o porco-monteiro foi introduzido no Pantanal há mais de 200 anos, quando lá chegaram os primeiros colonizadores. O animal, à época, era domesticado nas fazendas. Durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870), conhecida pelos brasileiros como Guerra do Paraguai, as fazendas foram abandonadas pelos proprietários e invadidas por tropas paraguaias para suprir os combatentes. Os animais sobreviventes fugiram (“alongaram”, como dizem os pantaneiros), se espalharam pelo Pantanal e se asselvajaram.

Com o tempo, o homem pantaneiro passou a caçar esses animais, hábito que se tornou tradição. A partir daí surgiram dúvidas referentes à competição de habitat e alimentos com os catetos e queixadas, já que porcos exóticos asselvajados são considerados verdadeiras pragas em todo o mundo por dizimar espécies nativas, afetar criações de porcos domesticados transmitindo doenças e destruir lavouras e pastagens.

Estudos da Embrapa Pantanal indicam que grupos de porcos-monteiros são mais frequentes nas sub-regiões do Pantanal de Aquidauana, Rio Negro, Nhecolândia e Taquari, com uma estimativa de abundância de cerca de 9800 grupos de porco-monteiro em todo o Pantanal. Os grupos podem chegar a até 50 indivíduos. A fêmea pode procriar duas vezes ao ano gerando até 12 leitões por parto. A dieta geralmente consiste em raízes, folhas, ovos de aves e répteis, frutos silvestres, além de invertebrados, pequenas presas e até mesmo animais mortos.

O estudo realizado pelos pesquisadores refere-se apenas ao Pantanal e ao porco-monteiro. Porém, situação parecida foi observada nos llanos da Colômbia e Venezuela, onde as populações locais preferem caçar porcos exóticos asselvajados ao invés de mamíferos nativos. “Em condições favoráveis, a população de porco-monteiro é capaz de dobrar em um ano. Entretanto, o animal sofre com as secas e as populações flutuam muito”, diz o pesquisador Arnaud Desbiez.

Churrasco extra-oficial

Pantaneiro removendo a gordura do animal abatido (foto: Arnaud Desbiez)

O grupo de pesquisadores conduziu os estudos de forma a avaliar os impactos ambientais e sócio-econômicos do porco-monteiro na sub-região do Pantanal da Nhecolândia. A metodologia do estudo foi baseada em entrevistas com a população pantaneira, avaliação de comportamento dos animais e coleta de carcaças destes. O trabalho revela que o porco-monteiro não é uma ameaça direta às espécies nativas e que é importante dispersor de sementes, sendo ainda a caça preferida do homem pantaneiro.

Atualmente a caça ocorre como uma opção de variação do cardápio das fazendas, seja para ocasiões especiais ou para subsistência, no caso dos funcionários das fazendas. A caça do porco-monteiro tornou-se tradição, quando os peões, nos fins de semana, em folga do serviço, reúnem-se para capturar os “guaiacos” (machos inteiros), castrá-los, fazendo cortes na cauda e/ou picotes em orelhas, e soltando-os, para tempos depois recapturá-los para o abate. Essas saídas ao campo normalmente ocorrem a cavalo, em companhia de cães, utilizando-se de laços, facas e/ou armas de fogo, dependendo da fazenda.

Os animais castrados (capão, na linguagem local) tendem a engordar mais e produzir a banha, utilizada como óleo e conservante das carnes nas propriedades onde não há energia elétrica. A linguiça, a carne frita e o churrasco também são muito apreciados pelo homem pantaneiro. Porém, isso tudo ocorre de forma extra-oficial ao longo dos anos, já que a caça, de um modo geral, é proibida no Brasil.

Foi constatado no estudo que os subprodutos do porco-monteiro não são comercializados, mas sim consumidos localmente nas fazendas. “Além disso, as pessoas evitam o abate de fêmeas gestantes. Essas práticas tradicionais são de grande benefício para os animais nativos, já que assim eles raramente são caçados”, relatam os autores do trabalho. “Problemas ambientais com a presença do porco-monteiro podem tornar-se graves a partir do momento em que a caça sustentável deste animal for interrompida”, explica Arnaud.

Manejo adequado

Solo remexido por porcos (foto:Arnaud Desbiez)

A pesquisadora Alexine Keuroghlian ressalta que o impacto do porco-monteiro precisa ser mais bem definido especialmente na ocorrência de mudanças climáticas e impactos antrópicos, como o aumento do desmatamento, mudanças no ambiente aquático, entre outros: “Tais mudanças podem causar uma escassez de recursos que eventualmente causaria competição com as espécies nativas. Nesta situação, será muito importante ter um manejo adequado dos exóticos.”

A situação é delicada, pois envolve temas polêmicos como maus-tratos a animais (durante a castração, por exemplo, não se usa anestésico), legislação referente aos crimes ambientais e ao porte e uso de armas de fogo. Esses temas vão em contramão dos hábitos culturais do ser pantaneiro (ainda que alguns capturem os animais com laços e abatam com facas). Como cerca de 95% do Pantanal são propriedades privadas e as dificuldades de acesso prejudicam a fiscalização, cada fazendeiro faz sua própria lei dentro de suas terras. É comum manter um revólver ou carabina em área selvagem, para segurança própria, alegam.

De antemão, os pesquisadores esclarecem que não querem entrar no mérito de discutir a legalização da caça, mas reforçam que essa caça tradicional, praticada pelos pantaneiros, está sendo viável para a conservação do Pantanal. De fato, a preservação do ambiente está arraigada na cultura pantaneira. Alguns patrões recomendam aos peões que não abatam a fauna silvestre, principalmente nas fazendas voltadas ao turismo. Se a regra for descumprida, funcionários são demitidos.

Muitas leis

Família de porcos-monteiro. Fêmea pode dar cria a 12 leitões e grupos podem chegar a 50 indíviduos (foto: Fabio Pellegrini)

Teoricamente, legislação para tratar do assunto não falta. A Lei Federal 5197, de janeiro de 1967, autoriza a caça, perseguição ou apanha de animais domésticos que, por abandono, se tornem selvagens ou ferais, e o sacrifício de animais silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública mediante licença da autoridade competente; a Lei 9605, de 12 de fevereiro de 1998, descriminaliza o sacrifício de animais silvestres, quando expressamente autorizado pela autoridade competente e realizado com vistas à proteção de lavouras, pomares e rebanhos; a Convenção de Diversidade Biológica da qual o Brasil é signatário, representada pelo anexo único do Decreto n. 2.519, de 16 de março de 1998, autoriza, na medida do possível, a erradicação de espécies exóticas que ameacem os ecossistemas e espécies locais; e ainda a Instrução Normativa IBAMA nº141/2006 sobre espécies exóticas invasoras, controle de fauna nociva e manejo ambiental, o parecer n° 69/2006 emitido pela AGU/PGF/IBAMA PROGE e o Despacho n° 0107/2006 da Coordenadoria de Estudos e Pareceres Ambientais do IBAMA Sede, permitem o manejo e o abate.

a Instrução Normativa n.º 8, de 17 de agosto de 2010, instituiu um novo grupo de trabalho, coordenado pela Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFlo) e representantes técnicos das superintendências do Ibama para definição de propostas que melhorem a eficiência de controle dos javalis na natureza.

Para se ter ideia do prejuízo causado por essas “pragas da globalização”, como são chamadas por alguns as espécies exóticas, na região sudeste de Mato Grosso do Sul, área originalmente de cerrado adequada desde os anos 1940 à agricultura, como efeito da “Marcha para o Oeste” do governo federal, considerada maior produtora de soja e milho do estado, produtores rurais pressionaram as autoridades para liberar a caça do javali, alegando que este animal tem causado graves prejuízos financeiros à economia local.

A Resolução Conjunta dos órgãos estaduais de Meio Ambiente, de Produção e Desenvolvimento Agrário e de Segurança Pública (SEMAC/SEPROTUR/SEJUSP) número 001 de 28 de outubro de 2010, publicada no Diário Oficial do Estado (leia o documento aqui), estabelece medidas emergenciais de controle ambiental da ocorrência de javali-europeu e seus híbridos, autorizando, não a caça, mas o abate devidamente controlado e monitorado pelas autoridades competentes.

Conserva com banha (foto: Arnaud Desbiez)

O diretor de Desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) - órgão responsável pela gestão ambiental do Estado -, Roberto Ricardo Machado Gonçalves, afirma que o desenvolvimento de técnicas de manejo para conservação e uso econômico de espécies nativas (e não-nativas, no caso do porco-monteiro) no Pantanal está sendo avaliado por setores do governo estadual: “Há cerca de dez anos já houve uma tentativa de manejo sustentável do porco-monteiro para fins de atividade turística como alternativa econômica para a região. Com isso, o pantaneiro teria mais uma alternativa de renda e estaria conservando o Pantanal, sem a necessidade de realizar severas alterações ambientais, como vem ocorrendo quando alguns proprietários locais tentam equiparar a produtividade da pecuária tradicional com aquela obtida na região do planalto da Bacia do Alto Paraguai”.

Em 2002, foi criado o Parque Regional Natural do Pantanal, numa tentativa de se aplicar o modelo de gestão de parques naturais franceses, tendo apoio do governo do estado, de ONGs, da Federação de Parques Naturais Regionais da França e financiamento da União Européia, com contrapartida do governo do estado de Mato Grosso do Sul.

Uma das ideias era comercializar a carne do animal com o selo “Porco-Monteiro do Parque Regional do Pantanal” e agregar valor ao produto de forma que os turistas que visitassem as fazendas de turismo rural e ecológico acompanhassem o processo de busca, captura e abate dos animais, para depois saborearem os pratos feitos com a carne. O resultado não foi o esperado, devido à má gestão de recursos e ao conflito de interesses. Assim, os recursos financeiros foram suspensos, o que tornou inviável a aplicação deste e de outros projetos.

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Animais invasores: controlar ou abater?

Controvérsia

Animais invasores: controlar ou abater?

Invasões biológicas causam grande perda de biodiversidade. Alguns especialistas defendem a erradicação como forma mais eficiente de controle; outros acreditam em isolamento e esterilização

Publicado em 21/04/2010 | Jennifer Koppe - meioambiente@gazetadopovo.com.br

http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=994873

As invasões biológicas são a segunda maior causa de perda de biodiversidade em todo o planeta. Mas enquanto a erradicação de plantas como pínus, braquiárias e capins é mais fácil de concretizar, e recebe o apoio da população, a captura e o abate de animais invasores geralmente gera muita controvérsia. Isso porque o grupo dos invasores não engloba apenas espécies exóticas, mas também animais domésticos.

As ações realizadas pelo Ins­tituto Ambiental do Paraná (IAP) para acabar com a invasão de javalis no Parque Estadual de Vila Velha, nos Campos Gerais, têm causado muita revolta entre as entidades defensoras dos animais, que acreditam em alternativas de controle que não envolvam morte. Na opinião da vice-presidente estadual da ONG Ecoforça, Rosana Gnipper, o simples extermínio não pode ser considerado solução para o problema. “Existem outras ma­­neiras de fazer o manejo desses animais. Eles poderiam ser isolados e esterilizados, por exemplo.” Rosana também critica a forma com que os animais são eliminados. “O IAP tem permitido a ação de clubes de caça no parque, o que não é ético, já que a caça é a exteriorização do prazer pelo abate e é proibida em nosso estado”, completa.

 / Javali Ampliar imagem

Javali

Bichos "fofos", situação ainda mais difícil

Difícil alguém ter pena de exterminar caramujos africanos, ratazanas, escorpiões ou aranhas marrom. Mas o cenário se transforma quando os tais vilões da biodiversidade são saguis, periquitos, coelhos, cães e gatos. Como controlar os estragos causados pe­­los animais domésticos, com quem os humanos têm laços afetivos?

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Por outro lado, os especialistas defendem que a erradicação das espécies invasoras é a maneira mais eficiente, e muitas vezes a única, de garantir a sobrevivência das espécies nativas que estão perdendo espaço no ecossistema para os invasores e, assim, correm risco de extinção. A gralha azul, a onça pintada, o gato maracujá e a jacutinga são alguns dos integrantes de uma lista com mais de 340 animais nativos que correm perigo.

O ex-presidente do IAP, Vitor Hugo Burko, explica que os javalis estão no topo da lista dos animais invasores que mais causam prejuízos ao meio ambiente. “Esses animais comem tudo o que veem pela frente, inclusive ovos de aves e pequenos mamíferos. Além disso, causam a erosão do solo por revirarem a terra e arrancarem as raízes de plantas. Eles estão ocupando o espaço de espécies de porco do mato nativo, como o cateto, por serem mais fortes e não terem de se preocupar com predadores.”

Segundo a engenheira florestal Silvia Ziller, diretora do Ins­tituto Hórus, isolar as espécies invasoras não é uma solução viável. “No caso dos porcos selvagens, não há onde colocá-los. E no caso de outros animais, como pássaros, como impedir que se desloquem para outros locais? O abate é o mais indicado. Mesmo que não se consiga erradicar definitivamente determinada espécie invasora, pelo menos é possível controlar o aumento de sua população. O mal que esses animais causam é muito maior do que se imagina. Eles têm o poder de extinguir inúmeras espécies de animais e plantas. O problema é que o dano é invisível e obter o apoio da população é muito complicado porque eles se apegam aos bichos”, explica.

Assim como os javalis, a lebre europeia e a pomba doméstica também fazem parte do Programa de Erradicação de Espécies Inva­soras criado pela Secretaria Esta­dual de Meio Ambiente (Sema). Mas o número de espécies danosas é muito maior. Até mesmo animais domésticos como cães e gatos fazem parte da lista que conta com quase 70 espécies. O Paraná foi o primeiro estado do país a fazer um registro dos exóticos invasores.

Culpa

É culpa do homem o fato de espécies de outras regiões do país e do planeta estarem em um ambiente que não lhes pertence. Tanto ambientalistas quanto cientistas concordam com esta afrirmação. Os javalis, por exemplo, foram trazidos da África para o Brasil para a produção de corte. O problema é que a carne do porco selvagem não agradou o paladar local e muitos animais acabaram soltos e se instalaram no novo ambiente para sobreviver.

O mesmo aconteceu com o caramujo-gigante-africano. Tra­zidos para o país no fim da década de 80 como alternativa ao escargot, foram abandonados porque ninguém se interessou pela iguaria. A bióloga Marta Fischer, professora da Pontifícia Univer­sidade Católi­ca do Paraná (PUCPR), uma das autoras do livro O Caramu­jo Gigante Africano Achatina fulica no Brasil, explica que os animais são responsáveis por destruir plantações, além de transmitir verminoses graves para animais e humanos.

“Eles se reproduzem muito rapidamente no clima tropical porque estão acostumados a condições climáticas extremas. Por isso, são tão resistentes. Costu­mam se abrigar em meio ao lixo jogado nos terrenos baldios e chegam a botar 300 ovos por vez. Enquanto na África apenas um ovo vingaria, no Brasil vingam em média 100.”

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Bichos “fofos”, situação ainda mais difícil

Publicado em 21/04/2010 | meioambiente@gazetadopovo.com.br

Difícil alguém ter pena de exterminar caramujos africanos, ratazanas, escorpiões ou aranhas marrom. Mas o cenário se transforma quando os tais vilões da biodiversidade são saguis, periquitos, coelhos, cães e gatos. Como controlar os estragos causados pe­­los animais domésticos, com quem os humanos têm laços afetivos?

Para Silvia Ziller, se são domésticos, como o nome já diz, devem ser mantidos em casa, pois são justamente os cães e gatos abandonados nas ruas que causam problemas. “O dono do animal precisa se responsabilizar por ele e jamais abandoná-lo. O ideal também é cas­­trar, identificar com coleira ou chip e mantê-lo bem alimentado pa­­ra que ele não sinta necessidade de caçar”, explica. Já micos, iguanas e algumas espécies de tartarugas e aves exóticas não devem ser criados em casa. O comércio e a compra desses animais é ilegal. Quem encontrar um animal exótico deve encaminhá-lo a entidades responsáveis como o IAP e o Ibama.

Prejuízo no rastro do javali

Devastador

Prejuízo no rastro do javali

Animais estão devorando lavouras de milho no Centro-Oeste do Paraná. Produtores reclamam perdas e IAP tenta identificar origem do bando

Publicado em 17/06/2008 | Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão

http://www.gazetadopovo.com.br/caminhosdocampo/conteudo.phtml?id=777073

Dirceu Portugal/Gazeta do Povo

Dirceu Portugal/Gazeta do Povo / Animais abrem clarões em meio à lavoura de milho. Além do prejuízo da quebra na produção, agricultores gastam com rojões para espantar os javalis. Ampliar imagem

Animais abrem clarões em meio à lavoura de milho. Além do prejuízo da quebra na produção, agricultores gastam com rojões para espantar os javalis.

IAP “caça” os animais

Por conta das reclamações, o IAP realiza um levantamento para identificar a origem dos animais. “A criação de javalis foi autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), mas por falta de cumprimento da legislação, em relação ao recinto dos animais, muitos criadores tiveram a licença suspensa. Existe a suspeita de que os javalis fugiram de um caminhão que se envolveu em um acidente ou de criatórios na região”, diz o biólogo do IAP, Mauro Britto. Ele lembra que um monitoramento já está sendo feito para capturar os javalis. Britto orienta que os agricultores, ao perceber a presença dos animais, anotem locais e horários e avisem o IAP. “Essas informações devem ser encaminhadas formalmente para que o órgão tenha mais dados para justificar uma atitude futura.”(DP)

Produtores rurais da região de Quinta do Sol, no Centro-Oeste do estado, vêm tendo que lidar com uma situação inusitada nas lavouras de milho safrinha desse ano. Além de tirar o sono dos agricultores, o ataque de um bando de javalis está causando muito prejuízo. Em algumas lavouras, informam os produtores, as perdas ultrapassam 30% da área cultivada. O ataque ocorre principalmente à noite. Por onde os animais passam, deixam um rastro de destruição. Na maioria das lavouras, os animais derrubam o pé de milho inteiro e comem uma pequena parte da espiga. “Eles derrubam 10 pés e comem duas espigas, o restante apodrece no campo”, diz o agricultor Lourival Arrigo. Ele plantou na propriedade 23 alqueires de milho safrinha, mas já perdeu 2,5 alqueires, ou cerca de 300 a 400 sacas, após o ataque dos javalis. “O milho está em fase de enchimento de grãos e depois da quebra do pé, o que sobra apodrece.” Arrigo acredita que o ataque ocorre por ter a lavoura cercada por uma mata nativa e por fazer divisa com dois rios que cortam a região. “Eles têm tudo o que precisam: comida e água.” Para tentar amenizar os prejuízos, Arrigo já gastou cerca de R$ 500 em fogos de artifício. “No início da noite e durante a madrugada, os rojões são soltos para espantar os animais. Em algumas áreas, o que se percebe é que eles já se acostumaram com o barulho e continuam atacando”, diz Arrigo, que convida amigos para fazer ronda na propriedade e evitar o ataque dos animais. “Eles são ferozes. Geralmente soltamos os rojões próximos às árvores de grande porte.” O agricultor acredita que além dos prejuízos na lavoura, os javalis estão comendo ovos de aves da região, causando um desequilíbrio ecológico. “Antes era comum encontrar perdizes, tatus e codornas”, lembra Arrigo. Segundo ele, caso não seja tomada nenhuma providencia, o plantio da próxima safra deve ficar comprometido. “Nenhum produtor faz lavoura para ter prejuízos.”

O agricultor José Pereira Nunes plantou 16 alqueires de milho, teve prejuízos em dois alqueires e perdeu as contas dos gastos com fogos de artifício e combustíveis para a motocicleta. “Sem contar as noites de sono perdidas por conta dos javalis. Se deixar, eles colocam tudo no chão”, diz Nunes, que colocou espantalhos na lavoura. “Mesmo assim, em três dias, eles fizeram um estrago no milho.”

Além de 1,5 alqueires de safrinha, o agricultor Antônio Pereira Nunes ainda teve uma parte da plantação de mandioca destruída pelos javalis. “Eles comem tudo o que aparece pela frente.” De acordo com o engenheiro agrônomo Evaristo Machado dos Santos, os agricultores estão sendo orientados a fotografar os estragos causados pelos javalis e comunicar, através de documentos, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

Fraude na CONAB

Agricultura dá subsídio para fraude

Fiscais do próprio ministério descobriram ‘práticas fraudulentas’ em operações de pagamento de bônus do governo a compradores de milho

24 de fevereiro de 2011 | 23h 00
Leandro Colon, de O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Fiscais do Ministério da Agricultura descobriram, segundo relatórios obtidos pelo Estado, "práticas fraudulentas" em operações de pagamento de bônus pelo governo a compradores de milho.

O esquema envolve o "Prêmio de Escoamento de Produto" (PEP), um programa em que o governo estabelece que os compradores agrícolas devem pagar, por leilão, um preço mínimo, acima do valor de mercado, aos produtores rurais para adquirir e transportar o milho.

Em troca de pagar mais, os compradores já recebem do governo um subsídio para compensar a diferença de preço. Os relatórios informam que esses compradores, após o leilão, exigem dos produtores, por fora, a devolução dessa diferença. Ou seja, recebem duas vezes, uma do governo e outra dos produtores.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao ministério, recebeu os relatórios sobre as fraudes entre maio e dezembro de 2010, e, mesmo assim, autorizou o pagamento do "prêmio".

As fraudes, segundo os fiscais, foram identificadas "por meio de declarações, documentações apresentadas e confirmações atestadas pelos produtores rurais nos laudos de avaliação". O Ministério da Agricultura confirmou que foi informado das irregularidades.

Desde o começo do ano passado até hoje, pelo menos R$ 236 milhões foram pagos aos compradores como "prêmio" por adquirir milho pelo preço do governo. Mais cerca de R$ 500 milhões faltam ser liberados, segundo o sistema eletrônico da Conab. Um dos objetivos do PEP é incentivar o escoamento da produção, até o destino, e garantir preço razoável aos produtores.

Disputa política. A presidência da Conab é um dos cargos mais cobiçados pelos partidos aliados da presidente Dilma Rousseff. A função hoje é ocupada por Alexandre Franco de Aguiar, indicado pelo PTB no governo passado com apoio do ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB).

Setores das duas legendas discutem uma possível substituição de Aguiar, que trabalha para ficar. Os relatórios afirmam que a fraude é uma "situação generalizada". Os documentos tratam de transações em seis Estados: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Pará.

Numa auditoria em 157 compradores na Bahia, os fiscais encontraram irregularidades em 103. Segundo o relatório, os produtores "foram obrigados a devolver ao comprador a diferença no valor entre o preço mínimo constante na nota fiscal e o preço de mercado".

Os produtores declaram, segundo os documentos, "que toda negociação só se concretizava se aceitassem a devolução do valor ao arrematante". "Desde que não houvesse nenhum registro formal desse tipo de exigência", reforçam. "Entende-se que devam ser adotadas medidas severas para a punição dos responsáveis", alertam os fiscais.

Thursday, February 24, 2011

Cientistas: alterações no Código Florestal não melhoram produtividade agrícola

Vamos aos números:

Propriedades particulares = 294 milhões de ha de mata nativa

Unid. Conservação e Reservas indigenas = 170 milhões de ha

Área desprotegida pelo novo código = 103 milhões de ha

Total= 714 milhões de ha

Agropecuária (Lavoura, gado, cana e florestas) = 286 milhões de ha ???


Cientistas: alterações no Código Florestal não melhoram produtividade agrícola

noticias :: Por Editor em 24/02/2011 :: imprimir pdf enviar celular

Cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) sustentam que as alterações do Código Florestal previstas no substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ao Projeto de Lei 1876/99 serão desastrosas para a preservação ambiental no Brasil. Além disso, atestam que essas alterações não são necessárias para melhorar a produtividade da agropecuária brasileira.



De acordo com o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) Gerd Sparoveck, mesmo que o código atual seja integralmente cumprido, sobram 103 milhões de hectares de vegetação desprotegidos. Segundo ele, isso se deve ao fato de 294 milhões de hectares de vegetação nativa encontrarem-se em propriedades privadas. Apenas 170 milhões de hectares encontram-se em unidades de conservação e em terras indígenas.

O professor da Esalq Ricardo Rodrigues ressaltou que, mesmo com o respeito integral ao código, o proprietário rural ainda conta com 70% da propriedade para fazer o uso que quiser.

MARGENS DE RIOS

O ponto mais criticado do substitutivo de Aldo Rebelo é a redução das áreas de preservação permanente (APP), principalmente nas margens de cursos d'água. O texto reduz a extensão de vegetação de 30 metros para 15 metros no caso de rios e córregos com até 5 metros de largura.

O professor Ricardo Rodrigues ressalta que são exatamente esses rios menores que mais necessitam de proteção. "São eles que mais sofrem assoreamento e, por isso, precisam mais proteção", sustenta. De acordo com ele, esses rios são responsáveis por quase 70% dos recursos hídricos do Brasil.

Já o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Carlos Alfredo Joly ressaltou que a redução da cobertura nativa tanto em leitos de córregos e rios quanto em topos de morros e encostas pode levar à extinção uma série de espécies. "Com a mudança da área de preservação em margens de rio de até 5 metros de largura, metade dos anfíbios desapareceria", assegurou.

TRATAMENTO DE ÁGUA

O professor chamou a atenção também para o aumento dos custos com tratamento de água, devido ao aumento da contaminação. Segundo ele, hoje São Paulo gasta entre R$ 2 e R$ 3 para tratar mil metros cúbicos de água. "Com a contaminação por agrotóxicos, o custo sobe para um valor entre R$ 250 e R$ 300 pela mesma quantidade."

Os pesquisadores fazem parte de um grupo que se reuniu para estudar a proposta de Aldo Rebelo de alteração do Código Florestal e participam do Seminário Código Florestal: Aspectos Jurídicos e Científicos, Promovido pela Frente Parlamentar Ambientalista (FPA).

Leia a íntegra da proposta: PL-1876/1999.

FONTE

Agência Câmara
Reportagem - Maria Neves
Edição - Regina Céli Assumpção

Links referenciados

Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
www.sbpcnet.org.br

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
www.esalq.usp.br

Universidade Estadual de Campinas
www.unicamp.br

Academia Brasileira de Ciências
www.abc.org.br

Frente Parlamentar Ambientalista
www.frenteambientalista.org

Agência Câmara
www2.camara.gov.br/agencia

PL-1876/1999
www.camara.gov.br/internet/sileg/Prop_De
talhe.asp?id=17338

Esalq
www.esalq.usp.br

Wednesday, February 23, 2011

Secretaria Estadual da Agricultura libera o abate do javali no Rio Grande do Sul

Agropecuária | 06/12/2010 | 19h43min

Secretaria Estadual da Agricultura libera o abate do javali no Rio Grande do Sul

Após três meses de proibição pelo Ibama, caçadores podem voltar a conter a proliferação do animal

Vania Marta Espeiorin | vania.espeiorin@pioneiro.com

Fonte: http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/plantao/10,3132927,A-Secretaria-Estadual-da-Agricultura-libera-o-abate-do-javali-no-Rio-Grande-do-Sul.html

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Produtores rurais e caçadores podem abater os chamados javalis-europeus que estiverem no território gaúcho. A autorização foi anunciada pelo Estado na portaria 183/2010, assinada na quinta-feira.

Após cerca de três meses de proibição desse tipo de caça pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Piratini decidiu regulamentar o controle ambiental da ocorrência de javali-europeu (Sus scrofa) e seus híbridos.

A proliferação desse animal e sua ação destrutiva sobre as lavouras e a fauna de cidades como Vacaria, São Francisco de Paula, Ipê e Antônio Prado, têm preocupado agricultores, pecuaristas e poderes públicos da Serra gaúcha.

Diante da mobilização dos produtores rurais, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPPA) expediu a autorização de captura e abate mas somente por meios físicos, ou seja, com auxílio de armas de fogo (tiro) ou brancas (facas).

Os produtores rurais devem informar às inspetorias veterinárias e zootécnicas (IVZs) da SEAPPA sobre a incidência do javali em suas terras. A estimativa do Estado é de que existam mais de 200 mil bichos dessa espécie em solo gaúcho.

— O javali é uma praga. É nocivo do ponto de vista econômico, por destruir lavouras, e também para a natureza. A intenção de nossa medida é frear a população de javalis e, se possível, reduzi-la em 30%. A decisão do Estado de lançar a portaria é baseada em uma série de análises jurídicas que sustentam nossa competência. Não acredito que o Ibama irá se opor — explica o titular da SEAPPA, Gilmar Tietböhl Rodrigues.

O presidente da Associação Gaúcha de Controle do Javali Asselvajado (Agaja), Cassiano Bocchese, diz que não é só o Rio Grande do Sul que sofre com a procriação crescente desse bicho considerado de fauna exótica invasora.

— O perigo é ele chegar à Amazônia. A nova portaria, além de simplificar o trabalho do produtor, vem pacificar o campo e dar mais segurança aos agricultores, que não precisam mais temer autuações — avalia Bocchese.

NOVA MEDIDA
O quê:
abate de javali-europeu está permitido no Rio Grande do Sul, desde a semana passada
Quem autorizou: a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio (SEAPPA), por meio da portaria nº 183/2010, expedida em 2 de dezembro/2010
Quem pode abater: caçadores e produtores rurais, dentro se suas propriedades e mediante informação sobre a ocorrência dessa espécie às inspetorias veterinárias e zootécnicas (IVZs) da SEAPPA. O abate continua proibido em unidades de conservação públicas, salvo quando autorizado pelo órgão responsável
Como deve ocorrer o abate: unicamente por meios físicos (com auxílio de armas), sem limite de quantidade. Não é permitido o uso de veneno
Proliferação: o javali que vem se proliferando no Rio Grande do Sul tem, em média, três gestações num intervalo de 14 meses. A cada parto, nascem, pelo menos, seis filhotes. Eles costumam fuçar na terra e comer a vegetação, além de também atacar rebanhos de cordeiros pequenos e se alimentar de outros tipos de animais.

Campo de Concentração para Cães e Gatos...morte lenta e dolorosa

Sociedade

'O sofrimento inútil dos animais na Suipa'

Publicada em 24/05/2010 às 13h20m

Artigo do leitor Luciano Netto Boiteux

Fonte: http://oglobo.globo.com/opiniao/mat/2010/05/24/sofrimento-inutil-dos-animais-na-suipa-916669244.asp

Fui voluntário na Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa) de 1998 a 2004. Nunca presenciei um caso voluntário de maus-tratos, e posso garantir que Izabel Cristina Nascuimento, presidente da entidade, é uma pessoa honesta. A Suipa, que não é uma ONG, faz o trabalho que o Centro de Controle de Zoonoses deveria fazer: receber os animais e colocá-los para adoção. O grande problema é que a incompetência administrativa, o desvio de objetos, doações e rações, a falta de espaço e a resistência em permitir as adoções, aliada à vista grossa dos membros da diretoria, fazem com que as condições de vida dos animais sejam péssimas.

Se existe superpopulação, existem maus tratos. Os animais vivem juntos, em matilha, e atacam - e matam - aqueles que não podem ser subjugados. É um ato extremamente cruel colocar um cãozinho abandonado em um local com 300, 500 animais que não o conhecem e não estão dispostos a tolerar sua presença. Ele acaba morto. Alguns morrem - literalmente - de medo, antes mesmo de serem retirados do carrinho que os leva para dentro do abrigo.

Na Suipa existe um canil chamado "Central Park", onde os animais mais ferozes são colocados. Tais cães estão condenados, pois nunca serão adotados. Também existe a ala dos pit bulls. E dos animais com sequelas de cinomose. E macacos, gambás, patos, porcos, animais que poderiam ser adotados por sitiantes que não os matassem.

A meu ver, o maior problema da Suipa é o fato de a entidade não ser eutanásica. Por não sacrificar nenhum animal, mantém seres sem a menor qualidade de vida enjaulados, encarcerados em gaiolas, paralisados, se arrastando. Acredito na eutanásia (química, realizada por um veterinário) - tanto em seres humanos quanto em animais - como um ato de amor, quando não há mais possibilidades de uma vida feliz.

Qual a diferença entre matar e deixar morrer? Nenhuma. De nada adianta a Suipa pregar a não-eutanásia e permitir que um animal mate o outro dentro do canil. O sofrimento da morte por ataque, na qual o cão é dilacerado por seus companheiros de "cela", é enorme.

Durante alguns anos tentei ajudar, fiz mais de 10.000 fotos, criei sites, fiz campanha que arrecadou fundos para a Unidade de Resgate, tentei colocar um call center, câmeras de segurança para evitar os roubos, fiz uma loja virtual com uma linha de 64 produtos, tive reuniões com a empresa que fazia a auditoria, com a diretoria... Mas nada foi suficiente para que a realidade do abrigo fosse mudada.

A Suipa tem jeito? Tem, com certeza. Mas para que isso aconteça tudo tem que mudar. E não vai mudar enquanto todos aqueles funcionários que lá estão, hoje, não forem demitidos. Acredito que o nome da entidade deva representar o bem, a vida.

Hoje, temos um campo de concentração, nos moldes de qualquer presídio, destes que vemos na TV quase toda noite. A grande diferença é que os "hóspedes", os segregados, são vítimas. São seres vivos que, por um motivo ou por outro (fútil na grande maioria das vezes), foram abandonados pelas pessoas a quem dedicavam suas vidas. Estão ali, salvo raríssimas excessões, a espera da morte, quando na verdade deveriam estar apenas de passagem, à espera de uma nova chance, de uma nova vida.

Esse meu discurso inflamado, tantos anos depois de não fazer mais parte daquele mundo, se deve ao fato de eu me sentir muito bem dentro de um canil com 600 cachorros abandonados, e de eu, mesmo não tendo mais a oportunidade de estar ali lutando por aqueles bichos, reconhecer em algumas pessoas que conheci, funcionários pobres, exemplos de bondade raríssimos de encontrar "aqui fora". É isso!

Sunday, February 20, 2011

Berlim permite caça de javalis no centro da cidade

Berlim permite caça de javalis no centro da cidade

População de animais na capital alemã aumentou nos últimos anos, provocando estragos.

10 de abril de 2009 | 14h 57

O aumento excessivo no número de javalis em Berlim levou a prefeitura da capital alemã a permitir a a caça desses animais. Calcula-se que existam mais de 10 mil javalis andando livremente pela cidade.

Nos últimos anos, esses animais provocaram estragos em jardins, parques e praças e até acidentes de trânsito, além de causar pânico em alguns moradores.

"Acreditamos que esse fenômeno (do aumento no número de javalis) ocorreu porque tivemos invernos muito brandos", disse à BBC a representante do departamento de caça da prefeitura de Berlim, Sabine Kopetzki.

"No ano passado foram caçados 3 mil javalis na cidade, sendo que mais de 500 foram mortos em pleno centro", disse Kopetzki. Segundo ela, esses números já representam um aumento de 60% em relação a 2007.

Em todo o território alemão, o número de javalis caçados em 2008 chega a meio milhão, um crescimento de 66% em relação a 2007, de acordo com Kopetzki.

Entre os caçadores, há alguns especializados em animais selvagens, que vendem a carne de javali por um preço médio de US$ 20 por quilo.

Aumento

Segundo a representante do portal de amigos dos javalis wildschwein.net, Kristina Scherer, muitas das causas do aumento no número de javalis nas cidades são provocadas pelos humanos.

"Fatores como as mudanças climáticas, a crescente urbanização, que reduz os espaços naturais para os javalis, e também os caçadores, que os atraem para as cidades com comida, fizeram com que deixassem seu habitat natural", disse Scherer à BBC.

Alguns especialistas afirmam que os javalis urbanos ficaram mais domésticos e frequentemente se aproximam das pessoas para pedir comida. Isso não significa, porém, que tenham se tornado inofensivos, alertam especialistas.

"Caso sintam-se ameaçados, podem ser perigosos", diz Kopetzki.

Em novembro passado, um caçador experiente morreu em decorrência de ferimentos provocados por um javali nos bosques nos arredores de Berlim.

No entanto, apesar dos problemas causados por esses animais na capital alemã, nem todos os berlinenses concordam com a permissão para a caça e muitos acusam os caçadores de mera crueldade.

A representante do portal de amigos dos javalis diz que é preciso encontrar uma maneira de levar esses animais de volta aos bosques.

Kopetzki, do departamento de caça, afirma porém que a tarefa é difícil. "Os javalis que nascem na área urbana ficam nela para sempre. Se forem levados para o bosque, vão acabar voltando para a cidade", diz. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.



MS: Resolução autoriza abate de javali como controle ambiental

Resolução autoriza abate de javali como controle ambiental

Medida leva em conta a manifestação dos produtores quanto aos prejuízos causados por constantes invasões
Fonte: http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?em=3&n=509419&p=2&Tipo=

Gilmar Hernandes

  • Mapa com municípios onde tem registros de invasões de Javali /ilustração Diário Oficial do Estado

Resolução conjunta, entre a Secretário de Estado de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia (Semac), Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (Seprotur) e Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), publicada no Diário Oficial do Estado desta quinta-feira, estabelece medidas emergenciais de controle ambiental de javali-europeu, como por exemplo, o abate dos animais considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública mediante licença.

Segundo a resolução, a medida leva em conta a manifestação dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul quanto aos prejuízos significativos que estariam ocorrendo em 26 municípios (veja mapa), causados por constantes invasões dos animais, repercutindo negativamente nas questões ambiental, econômica e no agronegócio de MS.

Conforme a Resolução, a ocorrência de espécimes de javali-europeu deverá ser prontamente comunicada ao Imasul, à Polícia Militar Ambiental ou à Seprotur, conforme modelo constante no anexo II da Resolução, acompanhado de cópia do documento de identidade do comunicante.

A instituição que receber o comunicado fará o encaminhamento para um grupo de intervenção ambiental e sanitária, para que se proceda a analise e o mapeamento das informações, articulando as providências de apoio e orientação quanto aos procedimentos a serem adotados com vistas ao controle ambiental especial.

Quando houver sacrifício, a área de enterro deverá atender, dentre outras exigências que venham a ser definidas pelo grupo de intervenção ambiental e sanitária, a não intervenção em Área de Preservação Permanente (APP), em área úmida ou de lençol freático raso ou, ainda, em locais de trânsito ou de fácil acesso público. As valas para o enterro deverão possuir profundidade e assepsia adequadas ao número de animais abatidos.

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Porcos-do-mato devastam lavouras de milho e mandioca de Brasilândia

Audiência em CG debate os prejuízos causados por porcos-do-mato

Vídeo: Porcos-do-mato atacam lavouras e causam prejuízos


A resolução que entrou em vigor hoje é válida por tempo indeterminado. Serão considerados passíveis de sacrifício todos os exemplares de javali-europeu considerados invasor ou que estejam mantidos em condições de cativeiro na área de Ivinhema. No controle ambiental especial, a captura poderá ser feita mediante o uso de atrativos, armadilhas ou outros métodos, sob coordenação do grupo, a quem caberá também a responsabilidade pelo sacrifício.

Audiência

No final do mês passado, o assunto foi tema de uma audiência pública na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, diante dos prejuízos nas lavouras do Estado causados pelo animal, além do crescimento desordenado, considerado uma espécie invasora e nociva às florestas nativas, aos seres humanos e ao meio ambiente.

De acordo com a Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul (Famasul), somente na colheita de Rio Brilhante, foi registrado prejuízo de R$ 1 milhão, principalmente nas plantações de milho safrinha.

Em agosto, o Ibama havia proibido a matança de javalis, antes autorizada para controle populacional da espécie. O mamífero, o mais conhecido das espécies de porcos selvagens, foi trazido da Europa nos anos 90 para a criação em cativeiro na Argentina e Uruguai, escapou ao controle e causa danos às plantações. Após ingressar pelo Rio Grande do Sul, avançou progressivamente pelo Brasil.

TV Morena/MS - Porcos-do-mato devastam lavouras de milho e mandioca de Brasilândia/MS

Porcos-do-mato devastam lavouras de milho e mandioca de Brasilândia/MS

Queixadas invadem plantações atrás de comida por falta de frutas e raízes em reserva ambiental onde estão confinados
Fonte: http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?n=430226&p=2&Tipo=

Edmir Conceição
  • Divulgação - Instituto Cisalpina
    Os queixadas andam em bando e são agressivos quando acuados

Lavouras de milho, mandioca e feijão em Brasilândia, a 408 quilômetros de Campo Grande, estão sendo devastadas por bandos de Queixada. A invasão desses animais está apavorando pequenos produtores, que não podem abatê-los e nem enfrentá-los.

Confinados numa reserva de 6 mil hectares depois da formação do lago da hidrelétrica de Porto Primavera, os porcos-do-mato aumentaram sua população e o alimento natural – frutos, talos e raízes – se tornou escasso. A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) realiza estudos na reserva e espera transformá-la em RPPN (Reserva Particular de Proteção Natural).

Para o veterinário Carlos Alberto dos Santos Dutra, do Instituto Cisalpina, os animais ficaram 'mal acostumados' em processos de manejo e vão atrás de alimento fácil nas lavouras, embora considere outros fatores para a invasão, como a redução das áreas de florestas.

O Instituto Cisalpina é mantenedor de reserva natural, que tem pouco mais de 6 mil hectares e promove estudos sobre animais da região, especialmente os porcos-do-mato. A reserva fica a 18 quilômetros de Brasilândia e estima-se que tenha uma grande população de queixadas. Em oda área de influência da barragem de Porto Primavera vivem animais que hoje estão ameaçados de extinção, como o jacaré-do-papo-amarelo, as antas e os cervos-do-pantanal.

Carlos Alberto Dutra disse que o Instituto Cisalpina, está buscando uma solução para evitar mais prejuízos. Segundo ele, os animais chegam em bandos de até 40. Atacam as plantações de milho, mandioca e feijão. Ninguém ousa enfrentar os queixadas. Para espantá-los, os produtores detonam fogos de artifício.

As lavouras devastadas pelos porcos pertencem a produtores que foram reassentados após a inundação de 7% do território de Brasilândia. Eles fazem parte da Associação de Produtores Agroecológicos de Subsistência Familiar do Reassentamento Santana e Santa Emília.

A bióloga Floriana Débora de Souza Ladeia, do Departamento de Estudos e Pesquisas do Instituto Cisalpina, está ajudando os produtores a se proteger dos visitantes indesejáveis.

Técnicos da Sema e do Ibama também foram chamados para discutir uma forma de conter os animais na reserva. Os produtores já decidiram cercar as propriedades com arame, mas eles querem que a Cesp banque os prejuízos e encontre um meio de manter os porcos-do-mato dentro da reserva ambiental.

'Tayassu Pecari'

O queixada, nome vulgar da maior das duas espécies dos porcos-do-mato que vivem no Brasil, tem o corpo coberto por pêlos longos e grossos, de coloração cinza-escuro.

Uma glândula na base da cauda produz um odor forte e característico, que age como fator de coesão do grupo e de marcação de território. Pode tornar-se agressivo e até mesmo atacar o homem, quando acuado.

Seu habitat natural são florestas densas e úmidas. O queixada se alimenta de frutos frutos, raízes, talos e pequenos animais, tendo grande capacidade de deslocamento.

Sobre essas características o Instituto Cisalpina sugere que a reserva mantida pela Cesp é insuficiente para manter tantos indivíduos. Logo após a inundação provocada pelo represamento do rio Paraná para construção da hidrelétrica de Porto Primavera, a Cesp introduziu na reserva 90 animais. Hoje eles devem passar de 400 segundo estimativas.

Segundo o Instituto Cisaltina, o lago da usina da Cesp inundou mais de 3 mil pés de manga, fontes naturais de alimentação dos queixadas e catetos. 'Quando o lago foi formado, técnicos arrebanhavam os animais com cevas de milho e mandioca. Por isso hoje eles são atraídos pelas plantações', acredita Carlos Alberto Dutra.

A seu ver, a solução imediata é cercar as lavouras, mas defende que a Cesp promova com as queixadas estudos que já são feitos para o controle da população de catetos, que são da mesma família dos porcos-do-mato. “A derrubada das áreas florestadas é a principal ameaça ao habitat natural desses animais', diz.

Javaporco também é perigosa ameaça

Javaporco também é perigosa ameaça

Animal, que causa grandes problemas para a suinocultura, é resultado do cruzamento entre javalis e porcos

30 de julho de 2008 | 1h 39
Luiz Gallo - O Estado de S.Paulo

Além de afetar os agricultores, os javalis podem gerar um grande problema para a suinocultura da região de Bragança, conforme o veterinário Jonas Antonio Carmignotto. ''Os javalis invadem criações de porcos e procriam, gerando o javaporco'', explica.

O javaporco pode causar grandes problemas para a suinocultura, pois há o risco de transmissão de doenças já erradicadas no País, como a peste suína. ''Esse cruzamento gera animais perigosos, que podem chegar a 300 quilos e andam em bandos'', diz. ''Os animais asselvajados, sem nenhum tipo de controle sanitário, ameaçam a sanidade nas granjas de suínos.''

Para Perrone, a disseminação de doenças pode interferir em contratos de exportação de suínos brasileiros. ''A volta de uma doença erradicada no País, como a peste suína, pode prejudicar toda a suinocultura nacional.''




Bragança Paulista/SP: Javali vira praga em zona rural

Quarta-feira, 30 julho de 2008 edições anteriores
AGRÍCOLA


ÍNDICE GERAL | ÍNDICE DA EDITORIA | ANTERIOR | PRÓXIMA
Javali vira praga em zona rural

Cultivos na região de Bragança Paulista vêm sendo destruídos por
bandos do animal, que tem a caça proibida

Luiz Gallo

Os agricultores de Bragança Paulista (SP) têm perdido plantações por causa do ataque de javalis. De acordo com o chefe da Divisão de Agronegócios do município, Marcelo Perrone, 'eles passam destruindo tudo', diz. O próprio Perrone perdeu mais de 50% de um milharal de 24 hectares. O agricultor esperava colher 80 sacas/hectare e colheu menos de 60 sacas/hectare. 'Não deu nem para cobrir os custos.' O sítio de Perrone fica no Bairro Bocaina, um dos mais afetados, junto com os Bairros Atibaianos e Mãe dos Homens.

O produtor Fuji Ishimoto também teve prejuízo em suas plantações de milho, feijão e batata. 'Os javalis atacam em bando, e deixam vários clarões no meio da lavoura', diz. De acordo com a Secretaria de Agricultura de Bragança Paulista, os ataques vêm ocorrendo há três anos. Mas em 2008 a situação se agravou.

Conforme o veterinário Jonas Antonio Carmignotto, o problema começou porque javalis de criatórios clandestinos foram soltos na região, e encontraram um ambiente perfeito na zona rural de Bragança, onde há água farta e alimento - os cultivos. 'Não há predadores, como onças, e eles viraram praga', diz o veterinário. Outro agravante é o fato de eles se cruzarem com porcos domésticos, originando o 'javaporco'. Ambos são considerados pela legislação brasileira como animais 'asselvajados', que, apesar de serem exóticos, devem ter a caça autorizada pelo Ibama.

E, no caso de São Paulo, conforme explica Perrone, onde a caça é proibida, deve-se ter autorização também do Ministério Público.

ARMADILHAS

Diante do problema, algumas reuniões têm sido feitas entre os produtores, a Secretaria de Agricultura e o Ibama. 'Elaboramos até um método de captura, que se baseia na construção de armadilhas, com gaiolas de aço', conta Perrone. 'Após a captura, o Clube de Tiro de Atibaia se encarregaria de matar os javalis, que seriam dados como alimento aos felinos do Zoológico de Itatiba (SP). O Ibama, entretanto, só autoriza o método se o Ministério Publico autorizar também, o que até agora não ocorreu. 'Nossas lavouras estão sendo destruídas e nós não podemos fazer nada', conta o agrônomo da Casa de Agricultura de Bragança, Luiz Ralize.

Em reunião em Bragança Paulista, a representante do Ibama, Rossana Borioni, confirmou que nada pode ser feito sem autorização do Ministério. 'Os promotores de São Paulo já se prontificaram a discutir o assunto, mas a Promotoria bragantina ainda não se mobilizou', diz Perrone.

Saturday, February 19, 2011

Plantio direto representa alternativa para enfrentar estiagens

Plantio direto representa alternativa para enfrentar estiagens

noticias :: Por Editor em 18/02/2011 :: imprimir pdf enviar celular


Plantio direto representa alternativa para enfrentar estiagens:
Créditos: Breno Lobato
Os agricultores do Sudoeste gaúcho têm buscado novas formas de minimizar o problema da falta de chuvas e garantir a produção. É o caso do engenheiro agrônomo Gérson Herter, produtor em Lavras do Sul (RS) e presidente da Associação de Plantio Direto da Metade Sul do Rio Grande do Sul (Aplandisul). No final de janeiro de 2011, Herter apresentou aos pesquisadores Gustavo Trentin e Naylor Perez e ao analista Marcelo Pilon, da Embrapa Pecuária Sul, experimentos em lavouras de milho e soja semeadas em plantio direto.



Idealizada em julho de 2010, a Aplandisul pretende reunir os produtores de sequeiros da região para a troca de conhecimentos sobre as culturas. Além de promover palestras, o grupo de produtores está formalizando uma parceria com a Embrapa Pecuária Sul para experimentações com seis variedades de soja em diferentes épocas de plantio, além de alternativas de produção forrageira de inverno, como trigo duplo propósito e centeio, entre outras.

Numa propriedade associada à Aplandisul, uma área de milho de dois hectares foi plantada em outubro do ano passado, com a técnica do plantio direto. Ao lado, outra área foi cultivada na forma de plantio convencional a partir de dezembro, quando a patrulha agrícola do município disponibilizou as máquinas para o plantio. Desde então, segundo Herter, a chuva acumulada está abaixo do normal esperado para o período.

No plantio direto, utiliza-se a palhada para reter mais água no solo, diminuir a temperatura da superfície e facilitar a infiltração. No caso da área de plantio direto com milho, a palhada foi dessecada com antecedência, proporcionando o acúmulo de água no solo para o período de necessidade da cultura sucessora. A expectativa de produtividade na área de plantio direto é de 50 sacas por hectare. Já no plantio convencional, que dependeu da patrulha agrícola, recurso que muitas vezes não consegue atender à demanda de todos os agricultores, a expectativa de colheita é incerta. Isso porque o plantio não foi realizado na época recomendada.

O presidente da Aplandisul ressalta que os produtores podem se organizar de forma cooperativista para ter acesso às tecnologias de plantio direto, mesmo em pequenas propriedades. "Dá para usar uma máquina pequena, que pode ser comprada por um grupo e torná-lo independente da patrulha agrícola", explicou.

ALTERNATIVA

Nos campos de Herter e de seus dois sócios, o plantio direto da soja tem se mostrado uma boa alternativa de enfrentamento dos efeitos da estiagem que atinge a Campanha Gaúcha há quatro meses. Em uma das áreas, foram plantadas em palhada de trigo três repetições de diferentes variedades em setembro, outubro e dezembro de 2010. O objetivo dos experimentos é testar o desempenho dos materiais nas diferentes épocas de plantio. "A soja não sentiu a estiagem até o natal", lembra.

Em uma outra área, a soja foi plantada em palhada de azevém, forrageira que alimentava o gado que ali permaneceu até o final de setembro, quando foi retirado. Em novembro, foi realizado o plantio direto da soja. Mesmo nas variedades consideradas de risco para a região, como a BMX Energia, plantada em dezembro, as plantas já se encontravam no final de janeiro em plena floração e iniciando inserções de vagens. Herter acredita que mesmo os materiais de ciclo precoce, que têm hábito de crescimento indeterminado, são promissores por não terem o desenvolvimento cessado após o início do florescimento.

Com essa experiência, o produtor apresenta formas de motivar os agricultores a buscar novas formas de produzir em condições climáticas adversas, como as que podem ocorrer na Metade Sul do Estado. "A ideia é trazer esperança para os filhos dos produtores e estimulá-los a permanecer na propriedade", explica, preocupado com a questão do êxodo rural e da sucessão familiar.

PLANTIO DIRETO

O plantio direto é um sistema de manejo do solo no qual a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção contra processos danosos, como a diminuição da umidade superficial, a perda de nutrientes e a erosão. O solo é manipulado no momento do plantio, quando é aberto apenas um sulco onde sementes e fertilizantes são depositados. Não existe nenhum método de preparo do solo. O mais importante controle que se dá nesse modo de cultivo é o das plantas daninhas, além do manejo integrado de pragas e doenças em geral. Também é fundamental para o sucesso do sistema que seja utilizada a rotação de culturas.

Entre os benefícios que diminuem os custos de produção e o impacto ambiental estão a maior retenção de água no solo e a facilidade de infiltração, motivando a redução da erosão e a perda de nutrientes por arrasto para as partes mais baixas do terreno; evitar o assoreamento de rios; enriquecer o solo aumentando a matéria orgânica; a economia de combustíveis e o menor número de operações, excluindo aração e gradagem, o que possibilita menor uso dos tratores e, consequentemente, menor desgaste das máquinas.

FONTE

Embrapa Pecuária Sul
Breno Lobato - Jornalista

Links referenciados

Embrapa Pecuária Sul
www.cppsul.embrapa.br

Gustavo Trentin
buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visual
izacv.jsp?id=K4773687T4

Breno Lobato
breno@cppsul.embrapa.br

Naylor Perez
buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visual
izacv.jsp?id=K4782696T3

Friday, February 18, 2011

Espécies exóticas invasoras representam um perigo à biodiversidade

Espécies exóticas invasoras

Organismos prejudicam a biodiversidade

Ronaldo Decicino*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Wilson Dias/Abr

O búfalo é uma espécie exótica que causa grande impacto em áreas naturais do Brasil

Espécies exóticas invasoras são organismos (plantas, animais e microrganismos) que, uma vez introduzidos em um novo ambiente, ali se estabelecem, passam a desenvolver populações autorregenerativas e, depois de certo período de tempo, causam impactos ecológicos, econômicos ou sociais negativos.

Esse verdadeiro processo de invasão biológica tende a causar inestimável perda de biodiversidade - e é considerado pela União Internacional para Conservação da Natureza (The World Conservation Union - IUCN) como a segunda causa de extinção de diversidade biológica.

Animais, plantas ou microorganismos introduzidos num ecossistema do qual não fazem parte originalmente, mas onde se adaptam e passam a dominar, prejudicam os processos naturais e os organismos nativos.

Há várias formas de invasão. Algumas podem ser acidentais, como, por exemplo, quando larvas, ovos, sementes, microorganismos ou insetos são transportados de um lugar para outro involuntariamente pelo homem. A maior parte das invasões, no entanto, está relacionada a atividades intencionais do homem, como o comércio internacional de animais de estimação, as criações de interesse econômico e o cultivo de plantas ornamentais ou de outros tipos.

Embora não existam números precisos, calcula-se que as espécies exóticas invasoras causem prejuízos de US$ 1,4 trilhão por ano no mundo: US$ 137 bilhões só nos Estados Unidos e US$ 49 bilhões no Brasil. Mesmo assim, ainda se gasta muito pouco na prevenção, no controle e na erradicação dessas espécies.

A Convenção sobre Diversidade Biológica, da qual o Brasil é signatário, trata da questão das invasões biológicas, exigindo que os países impeçam a introdução de espécies exóticas que representem ameaças à biodiversidade e aos sistemas produtivos, ou que as controlem ou erradiquem.

Grandes problemas

No Brasil, o número dessas espécies chega, aproximadamente, a 250, entre insetos, mamíferos, peixes, moluscos, gramíneas, árvores e diversos outros tipos de organismos.

Não há um ranking das espécies que causam maiores prejuízos. Mas, entre elas, encontram-se, no Brasil, o mexilhão dourado, o javali e o caramujo gigante africano.

O mexilhão dourado é um bicho pequeno - não tem mais do que 4 centímetros -, um molusco de água doce, originário do sul da Ásia, que chegou ao Brasil em 1998. Já infestou rios, lagos e reservatórios da região sul e do Pantanal e começa a ser detectado em São Paulo. Além de desequilibrar os nichos ecológicos em que se instalou, colocando em risco de extinção espécies nativas, o invasor ameaça o setor elétrico brasileiro, a agricultura irrigada, a pesca e o abastecimento de água, já que entope tubulações, interfere na cadeia alimentar e provoca contaminação.

Além disso, o mexilhão dourado se reproduz e se propaga com muita rapidez - a espécie começa a se reproduzir ainda muito jovem, quando tem apenas 5 milímetros, e se espalha ao ritmo de 240 quilômetros por ano.

O caramujo gigante, nativo da África, um molusco terrestre que atinge 15 centímetros de comprimento por 8 de largura e pesa mais de 200 gramas, foi introduzido no Brasil há cerca de 20 anos como alternativa econômica ao escargot. A experiência não deu certo. Dez anos depois, descobriu-se que ele podia transmitir doenças. Os criadores, então, soltaram o animal na natureza. Ele proliferou e hoje é encontrado em quase todo o território nacional, principalmente no Nordeste.

Além transmitir vermes, que causam a angiostrongilíase meningoencefálica - doença que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso -, o caramujo destrói plantações, come frutas e legumes, e compete com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção.

O javali, por sua vez, não chegou ao país como clandestino e nem foi trazido para ser criado. A espécie foi levada à Argentina para servir na caça esportiva. De lá passou para o Uruguai e, depois, em 1991, para o Brasil, invadindo o Rio Grande do Sul, de onde se espalhou pelo país. Hoje, é encontrado em estado selvagem no Paraná, em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. O javali ataca plantações de milho e animais de criação, e pode transmitir doenças para a fauna nativa.

Outras espécies perigosas

Além desses três invasores há, por exemplo, algumas gramíneas africanas, como a braquiária e o capim-gordura, que infestam espaços naturais e agrícolas, e são muito difíceis de erradicar. Há também espécies do gênero Pínus que podem se dispersar facilmente em áreas naturais, causando grande impacto em regiões de savana ou de vegetação rasteira.

Entre os animais, ainda podemos citar os seguintes: a) rã-touro, que se alimenta vorazmente de invertebrados e pequenos vertebrados; b) lebre européia, responsável por prejuízos à agricultura, que invadiu o país pela fronteira com a Argentina e já é encontrada no sul de Goiás; c) tartaruga tigre d'água, dos Estados Unidos, muito comercializada como animal de estimação e que normalmente é abandonada depois de adulta em cursos de água, onde compete com as espécies nativas; e d) búfalo, animal que causa grande impacto nas unidades de conservação e áreas naturais do Brasil, como a Reserva Biológica do Guaporé, em Rondônia, e a Região dos Lagos do Amapá.
*Ronaldo Decicino é professor de geografia do ensino fundamental e médio da rede privada.

Lebres viram praga no interior de SP

Lebres viram praga em Paraíso
São José do Rio Preto, 12 de agosto de 2007
Guilherme Baffi
De pelagem marrom clara, a lebre atinge até 67 centímetros de comprimento

Gisele Bortoleto

Produtores rurais de Paraíso estão sofrendo ataque de um roedor até agora pouco conhecido na região de Rio Preto, a lebre. O animal, de um ano para cá, já atacou pelo menos 20% das mudas de citrus plantadas no município. Ao roer a casca do tronco, a lebre corta os vasos lenhosos que levam a seiva elaborada para toda a planta, que morre pouco depois. Ninguém sabe ao certo como se defender, uma vez que a caça, sob qualquer pretexto, é proibida no Estado de São Paulo pelo artigo 204 da sua Constituição. “O animal tem hábitos noturnos e é muito ágil. Por isso, nem cachorro consegue alcançar”, disse o vereador João Paulo Alves, filho de um produtor afetado pelo problema. Paraíso é o quarto maior produtor de laranja entre os municípios atendidos pelo Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) de Catanduva. Levantamento do órgão do mostra que atualmente existem 300 mil pés em produção e outros 20 mil pés novos. O município fica atrás apenas de Novo Horizonte, Itajobi e Ibirá.

A conta dos produtores é simples. A lebre ataca 20% das mudas com até um ano e meio de idade. Até agora, foram afetadas 4 mil delas. Ao custo de R$ 13 cada muda nessa idade, o prejuízo gira em torno de R$ 52 mil. O biólogo Arif Cais, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Preto, afirmou nunca ter ouvido falar em ataques a citrus. “Provavelmente esses animais, que foram introduzidos pelo homem, estejam em uma área onde faltam outros alimentos”, disse o biólogo. Quando a lebre corta a casca da árvore, explica, impede que a água e sais minerais sejam levados do solo para a planta.

O citricultor José Joaquim Alves tem um sítio de 14 alqueires, com 5 mil pés novos de laranja. Ao perceber o ataque das lebres, ele tentou de tudo para afugentar os animais ou mudar o cardápio deles. Aumentou a quantidade de adubo, passou creolina nas mudas, plantou um pequena roça de feijão para tentar atrair as lebres, comprou ração para coelhos e até tentou assustar os animais à noite com barulhos de carros e buzinas, além de usar cachorros. Nada deu resultado. No início de julho, ele decidiu colocar uma proteção no tronco de cada muda, um gasto de R$ 750 a mais. “Vamos esperar que isso resolva o problema dessa praga”, disse o produtor. Ele teme também pelas plantas onde o ataque foi menor daqui para a frente. “Essas marcas são uma portaaberta para a entrada de doenças que também podem matar a laranjeira”, disse.

Situação semelhante vive o citricultor José Aparecido Finoto Roberto, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Paraíso. Ele tem 9 mil pés novos de laranja e conta que, ao perceber os ataques, manteve contato com produtores de Ibitinga, onde já tinha sido registrado caso semelhante. “A lebre é muito arisca e tem hábitos noturnos, o que dificulta sua localização”, afirmou Roberto. O prejuízo dele até agora, apenas como as mudas, chega a R$ 23 mil. O biólogo Arif Cais alerta para o risco de uma rápida expansão das lebres para outros municípios da região. De fato, os produtores de Paraíso dizem ter conhecimento de ataques semelhantes registrados em Monte Alto, nas hortaliças, Urupês e Fernandópolis.

Existência de matas ameniza o problema
As regiões de Bauru, Botucatu e Marília estão entre as que registram maior incidência de lebres no Estado de São Paulo. A afirmação é do biólogo da Coordenação de Manejo de Fauna na Natureza do Instituto Brasileiro e Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), André Jean Deberdt. Estudo realizado na região de Bauru mostrou que a incidência da lebre européia é menor nos municípios que têm matas nativas, onde existem predadores naturais como a onça, o loboguará e o cachorro-do-mato. “O Rio Grande do Sul era o único Estado que permitia a caça da lebre, mas foi suspensa por falta de estudos que comprovassem a eficácia” disse o pesquisador.

A situação é mais complexa, segundo ele, no Estado de São Paulo, onde a caça, sob qualquer pretexto, é proibida pela Constituição. “Apesar de ser um animal introduzido e que não tem muitos predadores, a solução para o problema precisa ser encontrada pelo governo paulista”, disse o biólogo. Na região de Rio Preto, a ocorrência da lebre é em áreas com pastagens e capões de mata esparsos no entorno dos Reservatórios de Furnas (usinas hidrelétricas Marimbondo e Porto Colômbia), rio Grande (entre municípios paulistas de Planura e Icem e os mineiros Frutal e Uberaba), na divisa entre São Paulo e Minas Gerais.

Ibama espera ser informado sobre infestação
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) somente poderá adotar medidas de controle após ser informado oficialmente pelos produtores de laranja de Paraíso. A informação é do agente de fiscalização do órgão em Barretos, Cassim Amim Ibraim. Segundo Ibraim, esta é a primeira vez que ataque de lebres européias é registrado na plantação de citrus região de Rio Preto. “Os produtores precisam se reunir e mandar um documento nos informando, para que possamos sentar e discutir quais são a medidas mais adequadas”, afirmou. Entre as ações que poderão ser autorizadas, após análise, estão desde a designação de um grupo de fiscais para captura desses animais até autorização para captura. “Precisamos conhecer o problema para saber que medidas deverão ser adotadas”, disse Ibraim. O vereador José Paulo Alves, filho de um dos produtores de laranjado município, disse que deverá encaminhar um ofício nos próximos dias ao órgão para que solicitar que alguma medida de controle seja adotada.

Animal veio da Europa
A lebre européia, cujo nome científico é Lepus europaeus, foi trazida para a América e levada para países como Argentina e Uruguai, de onde migrou para território brasileiro. Conhecidas no País também por lebre ou lebrão, o animal atinge entre 47 e 67 centímetros de comprimento e 30 centímetros de altura e chega a pesar entre 3 e 5 quilos. Seu tamanho é semelhante ao de um gato doméstico e a pelagem marrom clara. Tem hábitos diurnos e noturnos e é muito arisca, o que dificulta a captura. De acordo com o biólogo da Unesp de Rio Preto, Arif Cais, a lebre é um animal introduzido e criado inclusive para alimentação humana. “Essa foi uma praga que os ingleses introduziram na Austrália e é um dos problemas do País até hoje porque compete nas pastagens diretamente com os ovinos.

De acordo com informações do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, a lebre européia atinge a maturidade sexual aos 15 meses e tem de um a cinco filhotes por cria, após um período de gestação que dura aproximadamente 40 dias. O animal é parecido com um coelho, mas apresenta características distintas. A lebre possui corpo maior, patas traseiras mais longas e orelhas mais longas, com as pontas pretas. Atualmente, esses roedores causam estragos na agricultura dos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A partir de 2003, segundo o informações do Ibama, começaram os relatos de infestação de lebres em propriedades de Goiás, o que mostra que a expansão é rápida.