11 de setembro de 2010 | 10h00
Leandro Costa
Um horticultor de Mogi das Cruzes, no Cinturão Verde de São Paulo, inovou ao adotar uma técnica típica dos grandes cultivos de grãos em sua horta de alfaces: o plantio direto na palha ou cultivo mínimo. A técnica consiste, basicamente, em nunca deixar o solo descoberto, fazendo o plantio de uma lavoura sobre a palhada ou restos de cultivo da lavoura anterior. Isso garante a manutenção da umidade do solo sob a palhada, além do retorno de nutrientes ao solo com a lenta e natural degradação da cultura anterior. É considerada uma prática conservacionista, fixadora de carbono no solo. Hoje já não se pensa em cultivo de soja nos trópicos sem que seja por meio do plantio direto. No Plano de Safra deste ano, está entre as tecnologias a serem incentivadas no programa Agricultura de Baixo Garbono (ABC).
Se dá certo em grãos, por que não em hortaliças? Maurício Shoji Kimoto provou que sim, dá certo em hortaliças. Em seu sítio, colhe por dia cerca de 4 mil pés de alface. Além de ajudar a sequestrar carbono no solo, o plantio direto protegeu a lavoura da erosão causada pelo excesso de chuvas do início do ano. Enquanto vários produtores perderam praticamente todo o cultivo, Kimoto teve quebra de 20%. Além disso, com pouca oferta da hortaliça no mercado, beneficiou-se com a alta de preços.
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