Wednesday, October 27, 2010

Em Santa Catarina Javalis causam prejuízos na agricultura e ameaçam população

26/10/2010 | Serra Catarinense
Javalis causam prejuízos na agricultura e ameaçam população

Fonte: http://www.clmais.com.br/informacao/10084

Campo Belo do Sul, 27/10/2010, Correio Lageano



Os produtores rurais do município estão preocupados com a proliferação de javalis. Os animais estão destruindo plantações, especialmente lavouras de milho.



Segundo dados não-oficiais, existem pelo menos mil animais soltos, e pelo menos 10 propriedades, especialmente em Campo Belo do Sul, já foram atacadas.



A população está preocupada com a situação, já que além de danificar plantações, os javalis significam um risco às pessoas.



Nesta terça-feira (26), alguns produtores rurais estiveram conversando com o deputado estadual Elizeu Mattos.



Eles querem encontrar uma forma de amenizar o problema. O abate como forma de controle seria uma das alternativas.



Para o deputado, é necessário que se encontre, o mais rápido possível, uma solução para o problema. “Precisamos encontrar uma maneira para abater esses animais, evitando mais problemas, além de proteger a população sobre o risco de eventuais ataques, já que os animais são violentos” avalia, comentando que as autoridades sanitárias também devem ser consultadas para se estudar a possibilidade de consumir a carne abatida.



De acordo com o gerente da Copercampos de Campo Belo do Sul, Jocelito Matos, o problema de javalis no município começou a se agravar nos últimos dois anos.



“Em 2009, os produtores do município perderam o equivalente a 1.100 sacas de milho. Na safra deste ano, os javalis já afetaram cerca de 200 hectares de lavoura de milho em cerca 10 propriedades”, afirma.



Ele explica que pelos menos 10% da produção já foi afetada. Não há casos de pessoas atacadas pelos animais.



Além de Campo Belo do Sul, o município de Cerro Negro também está enfrentando problemas com os javalis. Ele não sabe estimar a quantidade de animais na região, mas prevê que o número passe de mil, devido à quantidade de lavouras atingidas.



Segundo ele, os animais atacam as lavouras já a partir do plantio. Além de pisotear a plantação, permanecem no local se alimentando até a maturação do milho.



“Ou seja, até o período da colheita tudo fica completamente comprometido”, lamenta, destacando que há registros da existência de manadas com até 50 javalis.



Portarias liberam abate em Santa Catarina



De acordo com o diretor de Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura, Roni Barbosa, os javalis são animais “exóticos”, assim, não protegidos por leis ambientais. Segundo ele, em alguns estados o abate é permitido.



Em Santa Catarina, por exemplo, o animal pode ser abatido dentro da propriedade quando estiver sendo nocivo à agricultura. A medida está prevista na Portaria 10/2007, de 20 abril de 2007, e 1/2010, de 4 de janeiro de 2010.



Entretanto, o abate deve ser feito somente dentro da propriedade de quem a solicitou, sendo que o dono deverá solicitar na prefeitura a autorização para realizar o controle da população dos animais.



Além disso, as normas preveem que não será permitido o uso de cães de caça e armadilhas, sendo determinado como único método de captura para abate o uso de ceva com espera. O uso de armas de fogo pode ser usado, desde que observe a legislação vigente.



Quando ao consumo da carne, o coordenador da Cidasc de Lages, Vicente da Fonseca, esclarece que o produto não deve ser comercializado.



“É claro que não tem como impedir do consumo da carne, mas o comércio é proibido, já que o produto não passa por nenhum tipo de inspeção sanitária”, alerta.



Javalis vieram basicamente do Estado do RS



No Brasil, os primeiros javalis vieram da Europa e especialmente de países vizinhos, como da Argentina e Uruguai. Com o passar dos anos, eles acabaram se dispersando e invadiram a fronteira do Rio Grande do Sul, dentre outros Estados, como Santa Catarina. Segundo Jocelito Matos, os animais que estão na região vieram do estado gaúcho.



Ele comenta que, em Santa Catarina, há registro de animais na região Oeste do Estado. Já em Campo Belo do Sul, os primeiros animais começaram a ser vistos de cinco anos para cá.



Os javalis são considerados espécies “exóticas”, porque cruzam com porcos domésticos e até outros animais selvagens, como porco de mato, o que gera filhos conhecidos com “javaporcos”.



Conforme Jocelito, as fêmeas produzem em média duas ninhadas por ano e uma média de oito filhotes em cada uma.



Assim, o controle se torna difícil. O macho adulto pesa entre 150 a 200 quilos e a fêmea entre 50 a 100 quilos. A carne é iguaria consumida em grande escala pela população.



Foto: Divulgação

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