Dores de cabeça, garganta irritada, coriza, tosse, fraqueza e aquela vontade de ficar embaixo das cobertas. Esses são alguns dos sintomas da gripe e do resfriado, comuns nesta época do ano. Uma das alternativas, além de procurar o médico e ir a uma farmácia, é utilizar as plantas medicinais -- presentes no cotidiano das pessoas principalmente pela diversidade ecológica - para o auxílio e tratamento desses sintomas gripais. Mas você sabe usá-las adequadamente?
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Você sabe usar as plantas medicinais para o combate da gripe e do resfriado?
A voluntária e agente da Pastoral da Saúde de Criciúma/Região Sul 4 Melânia de Mattia Pierini informa as plantas utilizadas pela Pastoral da Saúde para bronquites, gripes, resfriados e tosse (problemas pulmonares), todas elas contempladas na Renisus (Relação de Plantas Medicinais de Interesse para o SUS).
Conforme ela há uma lista que orienta estudos e pesquisas para subsidiar a elaboração de catálogo de plantas medicinais e fitoterápicas a serem disponibilizados para uso da população. São elas: abacaxi, amora, folha da fortuna, gengibre, mastruço, picão-preto; salsa, tansagem, alho, guaco, hortelã-pimenta, hortelã, menta e eucalipto. As últimas quatro plantas já são validadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para vários problemas respiratórios.
Ela ressalta que antes de usar qualquer planta a pessoa deve conhecer bem para preparar o chá e certificar-se para que realmente é utilizada. "Se for adquirida seca e embalada é bom verificar a coloração. Não pode estar torrada ou escurecida, tem que apresentar um aspecto novo e não esqueça do tempo de validade. Já na coleta da planta, o importante é observar se não apresentam fungos, ferrugens e se as folhas estão realmente propícias para o devido fim", completa. Melânia destaca ainda que o mesmo chá não pode ser utilizado mais do que sete dias.
CUIDADOS COM AS PLANTAS
Outro aspecto que se deve tomar cuidado ao utilizar as plantas medicinais é em relação a sua correta identificação botânica, isto é, é preciso nomear as plantas medicinais pelo seu nome científico. "O nome científico da planta é como se fosse o nosso CPF, não tem erro, ao passo que o nome popular da planta é como se fosse somente nosso primeiro nome. Quantos Paulos, Marias, Pedros, você conhece? Vários, assim são as plantas, uma mesma planta pode ser conhecida e ter mais de 30 nomes populares e plantas diferentes pode ter o mesmo nome popular. É aí que ocorre toda a confusão e até mesmo casos de intoxicação e óbito pelo uso equivocado de plantas medicinais", comentou Ângela Rossato, coordenadora do curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc).
Conforme ela, a correta identificação botânica é importante, pois é através dela que se tem acesso aos diversos estudos científicos e às informações validadas sobre as plantas medicinais. Por exemplo, o Rosmarinus officinalis L., popularmente conhecido como Alecrim. Já se sabe que não pode ser utilizado por mulheres grávidas, aliás nenhuma planta medicinal é recomendada para mulheres grávidas, pois não há evidências da sua segurança ao feto, muito pelo contrário, na sua grande maioria comprometem a gestação.
As plantas medicinais também não são isentas de contraindicações, claro que bem menos se comparado com os medicamentos sintéticos, como exemplo a Mikania glomerata (Guaco). Sabe-se, por exemplo, que esta planta pode interferir na coagulação sanguínea, e em doses acima das recomendadas pode provocar vômitos e diarreias.
"Também devemos ter cuidado com relação às interações medicamentosas. A Mikania glomerata deve ser usada com cautela quando o paciente estiver em tratamento com corticóides e anti-inflamatórios, e não deve ser utilizada por pacientes que estejam em tratamento com anticoagulantes, pois as cumarinas presentes na planta podem potencializar seus efeitos e antagonizar o efeito da vitamina K, com risco de hemorragia para o paciente", enfatizou Ângela.
No entanto, essas informações valem somente para a Mikania glomerata, pois somente este "Guaco" foi estudado, mostrando mais uma vez a importância do nome científico da planta, porém isso não significa que os outros Guacos não tenham contraindicações, elas apenas não foram estudadas. "Por isso é muito importante escolher plantas medicinais validadas, pois os estudos garantem seu uso seguro, racional e podemos ponderar riscos e benefícios", alerta.
Neste sentido, a Unesc, mantém desde o ano 2000 um projeto de extensão em parceria com a Pastoral da Saúde da Diocese de Criciúma (SC), Regional Sul IV. É realizada capacitação com os acadêmicos e desenvolvidas pesquisas em bibliografias e sites científicos sobre as plantas medicinais. Paralelamente ocorrem encontros mensais com as agentes da Pastoral da Saúde interessadas em trocar experiências sobre taxonomia (classificação) cultivo e uso terapêutico das plantas medicinais.
O projeto conta com mais de 60 plantas estudadas que resultaram na elaboração de seis apostilas e pesquisas acadêmicas. A troca de informações, segundo Ângela, se multiplica na comunidade de Criciúma e região por meio da prática e do convívio comunitário das agentes da Pastoral da Saúde, que participam dos encontros mensais, e estas repassam as informações às demais agentes integradas à Pastoral da Saúde. Na Universidade o conhecimento gerado durante os encontros se materializa por meio da participação dos professores, acadêmico-bolsistas e voluntários, projetos de pesquisa e acadêmicos.
Confira as plantas para cada sintoma, segundo informações da Pastoral da Saúde:
Bronquite -- Abacaxi, alho, amora, bagas de gravatá, gengibre, guaco, mastruço, picão-preto e tansagem.
Gripe -- Abacaxi, alho, casca de banana, cebola, erva-doce, eucalipto, falsa pulmonária, folha da fortuna, guaco, gengibre, hortelã, limão, mastruço, sabugueiro, salsa e tansagem.
Resfriado -- Alecrim, eucalipto cheiroso, gengibre, falsa pulmonária, limão, mastruço, pariparoba, sabugueiro, salsa e violeta.
Rouquidão -- Alho, gengibre (colocar na boca e mascar o equivalente ao tamanho de uma unha).
Tosse -- Amora, alecrim, casca de banana, cordão de frade, gengibre, guaco, mastruço, picão preto, quitoco e salsa.
FONTE
Universidade do Extremo Sul Catarinense
Daniela Savi - Jornalista
Telefone: (48) 3431-2547
Links referenciados
Agência Nacional de Vigilância Sanitáriawww.anvisa.gov.br
Universidade do Extremo Sul Catarinense
www.unesc.net
Unesc
www.unesc.net
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