Wednesday, July 01, 2009

Investir na agricultura é chave para reduzir pobreza mundial

noticias :: Por Editor em 01/07/2009 :: imprimir pdf enviar celular


Investir na agricultura – principalmente na produção familiar – é a chave para a redução da pobreza e pode ajudar a solucionar as crises de alimentos, financeira e climática. A conclusão é do relatório Investir na Pequena Agricultura é Rentável, divulgado ontem (30/6) pela organização não governamental (ONG) britânica Oxfam International. O documento traça um histórico dos investimentos na agricultura e indica a necessidade de mais aporte financeiro e apoio tecnológico para os pequenos produtores, em especial nas áreas com maiores dificuldades de acesso e de produtividade.De acordo com o texto, 75% das pessoas pobres que sobrevivem com um dólar por dia trabalham e vivem em zonas rurais e a estimativa é de que em 2025 esse percentual ainda seja de mais de 65%. "Não é possível reduzir a pobreza, nem estimular globalmente a agricultura e os meios de vida rural sem renovar o compromisso público de investir mais e de forma mais inteligente – com pesquisa e desenvolvimento agrícola, assim como em setores de apoio: saúde, educação, infraestrutura e meio ambiente", sugere o relatório.Entre o fim da década de 80 e o início dos anos 90 a ajuda internacional para o desenvolvimento da agricultura caiu 75% e desde então o montante de recursos repassados tem se mantido baixo se comparado a períodos anteriores. Em 2007, por exemplo, a União Européia doou US$ 1,4 bilhão, mas investiu "assombrosos US$ 130 bilhões" em seus setores agrícolas internos, segundo a Oxfam.Em 2008, de acordo com a ONG, apenas US$ 1 bilhão dos US$ 12 bilhões prometidos pelas nações ricas chegaram de fato aos países pobres para lidar com a crise alimentar global. Outra crise, a financeira, pode agravar ainda mais a situação, diante da redução das reservas dos países e dos grandes aportes realizados para salvar instituições e a oferta de crédito. "A comunidade de [países] doadores está esgotando seus fundos, enquanto os governos nacionais veem seus depósitos minguarem".As soluções, segundo a Oxfam, devem ser compartilhadas entre governos, empresas e o terceiro setor e além de garantias de mais investimentos, passam por medidas como o desenvolvimento de mercados locais de sementes e o fortalecimento de organizações de pequenos produtores.A ONG defende ações prioritárias para os agricultores que vivem nas chamadas áreas marginalizadas – ambientes remotos, com terras frágeis e degradadas e sem acesso a serviços básicos como água, saúde e educação."Os agricultores de zonas marginais são os que mais cuidam das terras mais degradadas, conservam a biodiversidade agrícola e manejam alguns dos solos mais frágeis do mundo. São aliados cruciais na luta contra as mudanças climáticas".O relatório também mostra a necessidade de apoio a tecnologias de baixo custo, o fortalecimento dos direitos trabalhistas, com legislações que garantam mais proteção aos trabalhadores da agricultura, além de investimentos direcionados para as mulheres.O documento da Oxfam foi apresentado um dia antes da Assembléia da União Africana, que começa hoje (1º) na Líbia e terá como tema principal o investimento em agricultura para garantir segurança alimentar e crescimento econômico.



FONTEAgência BrasilLuana Lourenço - RepórterGraça Adjuto - Edição
Links referenciadosOxfam Internationalwww.oxfam.orgUnião Européiaeuropa.eu/index_pt.htmAgência Brasilwww.agenciabrasil.gov.br

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