|                                       Carregando...                       Da capital do Mato Grosso do Sul a São Paulo, são cerca de quatro  milhões de hectares de pastagens degradadas em terras de areia  quartzosa. Há 30 anos essas áreas de Cerrado foram desmatadas e o solo  não foi corrigido, o que gera, hoje, sérios problemas ambientais de  erosão e consequentes prejuízos para a pecuária local. Para recuperar os  terrenos de pastagens, a Fundação MS investe na integração  lavoura-pecuária-floresta, que foi tema de dia de campo na Fazenda  Modelo II, em Ribas do Rio Pardo (MS).   Ao apresentar baixos índices de fertilidade, de matéria orgânica e  pouca retenção de água e de potássio, o solo de areia quartzosa possui  teor de argila em torno de 8% a 12%, o que representa um desafio para a  instalação de agricultura nessas áreas, que são compostas de 85% a 90%  de uma mistura de areia grossa e fina. Com a implantação do sistema  integrado na região, depois de 10 anos de trabalho, atualmente é  possível produzir mais de 50 sacas de soja por hectare em sequeiro.  E como isso é possível? Diretor executivo da Fundação MS, Dirceu Luiz  Broch explica que, em primeiro lugar, deve-se fazer a correção do solo  um ano antes do plantio da soja. Dos meses de julho e agosto até  fevereiro e março, são introduzidas doses de calcário, fósforo e  potássio na terra e, logo em seguida, incorporadas as culturas de  milheto ou braquiária. O pecuarista, então, deixa o seu gado em pasto  por, no mínimo, seis meses e, no máximo, um ano. Dirceu comenta que, com  a retirada dos animais da área e a formação da palhada oriunda das  forrageiras, faz-se o plantio direto da soja.  — A soja é uma cultura que, mesmo em areia quartzosa, mais paga o  custo da reforma do solo. Além disso, ainda proporciona a rotação de  cultura para a pastagem. A leguminosa favorece a fixação de nitrogênio  no solo para as gramíneas, que devem ser plantadas depois de dois ou  três anos após a colheita da soja. Com a aplicação desse esquema, aonde  tínhamos menos de uma cabeça por hectare, temos agora de cinco a seis  exemplares, pois o capim cresce com muito mais qualidade — exalta Dirceu  Broch, completando que a correção feita somente via pecuária leva de  oito a 10 anos para dar retorno financeiro ao proprietário rural,  enquanto que, com a sojicultura integrada, os lucros gerados pelos altos  preços da soja no mercado aparecem em dois ou três anos.  A terceira ponta desse triângulo de sucesso é a plantação de  eucaliptos, que é integrado com o objetivo de dar sustentabilidade ao  processo. Com árvores de ótimo desempenho e grande rentabilidade, o  plantio da espécie é vantajoso, sobretudo, para a pecuária, já que o  gado é criado sem estresse. Afinal, os eucaliptos proporcionam a  diminuição da temperatura ambiente em 5°C a 7°C. O conforto térmico dos  animais, portanto, está garantido. E o meio ambiente ainda agradece.  — O sistema agrossilvipastoril é válido para todos os tipos de solo. A  grande vantagem deste é a adaptação do eucalipto às regiões arenosas.  Então, se, em um determinado ano, o preço da soja está ruim ou os  bovinos estão sofrendo com a seca, as árvores geram outra receita para a  propriedade. Temos observado a boa produtividade dos três pilares do  projeto tanto em áreas de sequeiro quanto irrigadas. No Estado, temos em  torno de 16 milhões de hectares de pastagens e em torno de dois milhões  voltados para a agricultura. Porém, a área de integração ainda é muito  pouco utilizada, com menos de 1% das áreas produtoras de grãos  participando do sistema de integração — alerta Dirceu.  Para maiores informações, basta entrar em contato com a Fundação MS pelo telefone (67) 3454-2631.   
 Fonte: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=04/02/2011&id=23624&secao=Agrotemas
   | 
No comments:
Post a Comment