Javali “importado” provoca catástrofe agrícola no Brasil
Sem predador natural, animal destrói lavouras principalmente no Rio Grande do Sul
Depois de invadirem o Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul com o  Uruguai nos anos de 1990, o impacto causado na fauna e flora pela  presença do javali é perceptível nas propriedades rurais de várias  cidades do estado. Também há o prejuízo econômico: a perda com a safra  de milho totaliza cerca de R$ 70 milhões de reais. Criados de forma  clandestina, a população de animais, cujas fêmeas dão três ninhadas por  ano com média de oito filhotes cada, cresce vertiginosamente como o  tamanho dos estragos feitos ao meio ambiente e à economia. Atualmente, a  população de javalis está entre 26 e 50 mil no estado.
“Os javalis são considerados espécies exóticas invasoras, segunda causa  de perda de biodiversidade do mundo; só atrás do desmatamento”, afirma o  biólogo e consultor ambiental Mateus Pereira das Neves, autor do  “Levantamento Populacional de Javalis Asselvajados no Rio Grande do  Sul”, de 2007, alertando sobre a falta de uma política de controle à  ação do animal. Ele também explica que o javali “brasileiro” é híbrido  principalmente do porco doméstico, o que eleva seu peso médio de  cinquenta quilos para cem quilos. Agressivo, com hábitos noturnos e sem  predador natural, o javali é muito resistente e transmissor de várias  doenças. Este último motivo tem trazido preocupações para outros setores  da economia nacional - como o Brasil é o quarto maior exportador de  carne suína no mundo, com o menor preço entre todos os produtores  mundiais, há o medo de que medidas internacionais, já aplicadas em casos  anteriores (como o recente da febre aftosa), venham prejudicar a  balança comercial. Outro fato alarmante é o aumento no número de ataques  do animal aos próprios lavradores.
Para diminuir o número de animais, desde 2002, a sua caça, a exemplo de  muitos países, era liberada pelo Ibama no Rio Grande do Sul. Agora, por  conta de uma instrução normativa expedida pelo órgão, está proibida, o  que vem deixando os produtores rurais ainda mais apreensivos. “Não se  trata aqui de ser contra ou a favor da caça; trata-se de proteger o  cidadão, seu trabalho, sua família, seu sustento. Em tese, este deveria  ser o objetivo das instituições governamentais”, opina o professor Bene  Barbosa, bacharel em direito e presidente do Movimento Viva Brasil. “Não  quero incentivar a matança, mas, até o momento, a caça se mostrou a  única metodologia eficaz de controle”, complementa o biólogo.
Fonte: http://www.agrolink.com.br/noticias/NoticiaDetalhe.aspx?codNoticia=116789
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